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Não se tratando de uma actividade ilegal nem, supostamente, de uma organização onde se traficam influências, não percebo porque carga de água é que os maçons têm que apresentar uma declaração de interesses da sua qualidade de maçons. E o que dizer em relação aos membros do Lions, aos sócios do Benfica, aos possuidores do Cartão Continente e aos dadores de sangue, entre outros? Os políticos também vão ser obrigados a declarar tais preferências e adesões?
Tirando as piadas que circulam por aí sobre a Maçonaria – os rituais, os aventais e outros que tais - acho completamente despropositada tanta agitação. E, sobre essa suposta obrigatoriedade, concordo em absoluto com o comentário que ouvi a Manuel Alegre: "Acho isso um atentado à Constituição e acho uma recidiva salazarenta muito triste para a nossa democracia".
E concordo com esta afirmação numa dupla qualidade: não sou maçom e, como cidadão, é-me absolutamente indiferente saber se determinada personagem faz ou não faz parte da Maçonaria. Preocupa-me muito mais que a Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, tenha dado a entender que pode vir a haver legislação que exija às pessoas a indicação da sua filiação maçónica. Legislação, aliás, que é bem capaz de vir a ser considerada inconstitucional por ferir o espírito do artigo 41 da Constituição Portuguesa.
E sabem o que essa eventual obrigatoriedade me lembra? A célebre “Declaração 27003”, nascida em 1936, que obrigava os candidatos à função pública a jurar: “Declaro por minha honra que estou integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933 com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas”. Ainda que os mesmos aspirantes a um emprego no Estado, fossem os comunistas mais convictos.
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