quarta-feira, maio 30, 2012

“Que força é essa, que força é essa …?”


Perante os resultados absolutamente extraordinários conseguidos na campanha do Banco Alimentar do último fim-de-semana não pude deixar de pensar nos versos da canção do Sérgio Godinho
“Que força é essa, que força é essa que trazes nos braços, que força é essa amigo …”

É espantoso como, uma vez mais, numa época de evidente contracção do rendimento disponível das famílias, assistimos à já costumada solidariedade dos portugueses. Assisti ao vivo a dezenas de pessoas, algumas de aspecto bem humilde e a quem se percebia não abundar o dinheiro a entregar generosamente a sua contribuição. Ou a pessoas idosas que se deslocaram a supermercados, propositadamente e com sacrifício físico, com o único intuito de oferecer o saquinho de alimentos para quem mais necessitasse.
“Que força é essa, que força é essa que trazes nos braços, que força é essa amigo …”, não me canso de ouvir.
Esta é a minha gente!

Um aumento de 13,7% relativamente à campanha de Maio do ano passado é obra. Tudo graças ao empenho de milhares de voluntários que ajudaram a levar por diante esta empreitada e, reforço uma vez mais a ideia, à generosidade de muitos portugueses que justificaram plenamente o lema da campanha: “melhor que a crise que nos bate à porta é a solidariedade dos portugueses”.

Como disse a Presidente do BA, Isabel Jonet, “Por causa da crise, os portugueses uniram-se, mobilizaram-se e mostraram que, porque confiam, estão dispostos a, de uma forma coesa, dar um sinal de esperança”.

Concordo. Foi, de facto, um sinal de esperança. Mas não podemos ficar por aqui. É necessário que outros sinais, vindos de outras instâncias, sejam igualmente dados. Sem generosidades mas com justiça e consideração pelas pessoas. Faço-me entender?

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