Quando no passado dia 26 de Abril eu vociferava aqui contra o despautério dos restaurantes de luxo da Assembleia da República, embora revoltado, não tinha ainda conhecimento detalhado dos pormenores que estão subjacentes ao negócio da restauração na “Casa da Democracia”. Já se sabia, então, que se come lá bem e barato e que tem os tais dois restaurantes de luxo onde se paga quase nada. Mas passava-nos completamente ao lado algumas das especificações constantes no Caderno de Encargos do concurso público aberto para fornecer a restauração ao Parlamento.
Exigências, como por exemplo, a de servir perdiz, porco preto alimentado a bolota e lebre ou, ainda, pratos com bacalhau do Atlântico, pombo torcaz (achei delicioso e elegante esta do pombo torcaz) e rola. Mas o caderninho de encargos não esqueceu, evidentemente, o café que deverá ser de 1ª qualidade e as quatro opções de whisky de 20 anos e oito de licores. Quanto ao vinho, são exigidas 12 variedades de verde e 15 de tintos alentejanos e do Douro.
É também especificado que o mesmo prato não deve ser repetido num prazo de duas semanas. É justo! Estar sempre a comer o mesmo também cansa.
E a ser verdade esta notícia que foi publicada na imprensa, o que me choca verdadeiramente (e penso que aos portugueses) é que continue toda esta festança, de forma desavergonhada e sem consideração pelos contribuintes que continuam a pagar os menus e as mordomias da Assembleia da República. Dá até a impressão de estarem a gozar connosco.
Sem comentários:
Enviar um comentário