Na data prevista, a Guiné Equatorial consumou a sua adesão à CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - como membro de pleno direito, depois de em 2010, por decreto presidencial, a língua portuguesa se ter tornado no terceiro idioma oficial do país, depois do espanhol e do francês. A verdade, porém, é que por lá ninguém fala o português e nem sequer o francês (a segunda língua oficial desde 1997, cujo o ensino regular nunca foi implementado nem é usado pela população). O castelhano prevalece como língua materna corrente.
Naturalmente que a adesão foi devidamente anunciada no sítio oficial da Guiné Equatorial na Internet, em versões em espanhol, inglês e francês, mas não em língua portuguesa.
O facto é que a Guiné Equatorial já pertence à CPLP. Venceu o poder do petróleo que produz. Confesso que senti vergonha ao ver Cavaco Silva e Passos Coelho aplaudirem o ditador da Guiné Equatorial, como representante de um novo estado-membro que nem sequer necessitou de qualquer votação para ser admitido.
E agora, quem será o próximo membro? Para já foram admitidos como observadores associados a Geórgia, a Namíbia, a Turquia e o Japão, para além das Ilhas Maurícias que já tinha esse estatuto. E esse é só o primeiro passo para mais tarde integrarem a Grande Comunidade.
Uma última nota para sublinhar a afirmação do Presidente Teodoro Obiang de que "a Guiné Equatorial sofre claramente de orfandade cultural por ser o único país hispânico de África". Também aproveitou para salientar "a sua proximidade a Portugal, por razões históricas e linguísticas". Quais razões, pergunto eu?
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