Sabem aquelas vezes em que nos atiramos "desalmadamente" a um petisco de arregalar o olho e, passado um tempinho, dá-nos um mal-estar dos diabos? Pois foi o que me aconteceu quando soube que a taxa de IVA do pão com chouriço, com nozes, passas ou torresmos locais passou de 23% para 6%. Aleluia, pensei. É que o intuito, segundo a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), foi o de proteger os produtos e a economia regional. O que quer dizer que o pão com chouriço vai, assim, pagar o mesmo IVA de 6% que paga o leite, a água e o pão.
Aleluia, repeti para com os meus botões. Fiquei mesmo satisfeito com esta baixa de impostos que vai beneficiar a economia local muito embora eu, como consumidor, não faça a mínima ideia se aquele pão que estou a comprar tem lá dentro o chouriço, as nozes, as passas ou os torresmos dos ditos produtores locais.
Agora onde eu fiquei com a tal azia foi quando li - na mesma notícia - que uma baixa da taxa de IVA pode não implicar uma descida dos preços do pão com chouriço, nozes, passas ou torresmos: "Tudo depende das margens, porque, em muitos casos, estão esmagadas e uma descida do IVA não vai ter reflexos no preço final".
Ora abóbora (abóbora local, já se vê), se o preço não baixa e a malta não compra como é que as economias locais vão ganhar alguma coisa? Ainda se o preço final fosse mais baixo podia ser que produzissem mais e, portanto, ganhassem também mais ... mas assim? Será que estou ver mal a coisa?
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