terça-feira, julho 15, 2014

Don't Cry for Me, Argentina



Terminou a maratona futebolística da "Copa" que, se outros méritos não revelou, teve, pelo menos, o condão de nos fazer esquecer um pouco das muitas desgraças que nos vão acontecendo. Desta vez não foi, portanto, por obra e graça do Divino Espírito Santo. Não certamente, porque esse - o Espírito Santo - só na última semana teve mais tempo de antena do que alguns dos jogos transmitidos, mesmo com prolongamento e tudo.

Terminou, então, o Mundial de Futebol, que foi assim para o fraquito, convenhamos, onde os grandes craques passaram despercebidos, e até os melhores do mundo, nomeadamente o Cristiano Ronaldo e o Messi (embora este tenha sido escolhido como o melhor jogador do Mundial, um distinção que me pareceu uma espécie de prémio de consolação concedido pela FIFA), que pôs de rastos os brasileiros pelos resultados humilhantes contra a Alemanha e a Holanda e que provocou incidentes graves na Argentina com a revolta dos adeptos pela sua equipa não ter conseguido ganhar à Alemanha. Nem mesmo com o apoio espiritual do Papa Francisco, ele próprio argentino e adepto de futebol. Enfim, "Don't Cry for Me, Argentina"! Mas, como se costuma dizer, o futebol é isto, o futebol, são onze contra onze e no fim quem ganha é a Alemanha!

Repararam que nada disse sobre a nossa magnífica selecção, que tem o melhor jogador do mundo (CR7), o capitão, aquele que dizia a princípio que este era o ano de Portugal mas que, quando as coisas correram para o torto, rectificou o discurso e afirmou que nunca tinha pensado ser campeão do mundo. A bola é redonda e dá muita volta. Porém, bem vistas as coisas, temos como atenuante (é assim que se faz na política), aquando da fase de grupos, termos perdido por 0 a 4 contra o novo campeão, a Alemanha, e que esse resultado foi bastante mais favorável do que conseguiu o anfitrião Brasil, 1 a 7 contra a mesma Alemanha. São desculpas, sim, mas que nos consolam a alma.

Claro que na nossa imprensa desportiva de ontem as primeiras páginas deram especial destaque ao Mundial e ao jogo da final. E também enfatizaram o mercado de transferências (do futebol, pois claro). Nas linhas mais pequeninas de alguns jornais desportivos podiam-se ler notícias bem menos interessantes. Por exemplo, que Emanuel Silva e João Ribeiro são os novos campeões europeus de canoagem. Mas isso são outras histórias que não vêm ao caso ...



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