A notícia "caiu" com um trovão. Pela primeira vez, um artista português recebeu a mais alta distinção do mundo da música pela excelência musical do seu trabalho. Foi com imenso orgulho que se soube que Carlos do Carmo vai receber (a 19 de Novembro, em Las Vegas) um "Grammy" concedido - por unanimidade de um júri composto por 16 pessoas - pela Latin Academy of Recording Arts and Sciences. Um prémio de carreira, o "Grammy Lifetime Achivement Award". O mesmo prémio que já foi entregue a artistas como Frank Sinatra ou Elvis Presley entre outros.
E Carlos do Carmo, um dos nomes históricos do fado, fez jus a este prémio. Pela forma como reinventou o modo de cantar o fado, pelos autores (de letras e de músicas) que escolheu (ou o escolheram) para interpretar, pela voz única que possui e pelo empenho a favor do fado e dos seus intérpretes que tem demonstrado ao longo de 50 anos de carreira que ainda estão a ser comemorados.
Mas a minha satisfação é ainda maior por me recordar que ao longo destas últimas quatro décadas, Carlos do Carmo nunca abdicou de defender as suas convicções: o fado (sobretudo nos anos a seguir ao 25 de Abril em que a canção nacional não era muito bem aceite), o ser de esquerda e o ser católico. E isso merece-me um cumprimento muito especial.
Nota: Hoje no Baú
http://bau-demascarenhas.blogspot.pt/
Carlos do Carmo em "Duas lágrimas de orvalho"
1 comentário:
Ao contrário do que aconteceu com a selecção portuguesa de futebol, que foi recebida pelo Presidente da República de forma calorosa (e ainda não tinha ganho nada - e não ganhou mesmo nada), Carlos do Carmo não mereceu até agora (01h00 do dia 4 de Julho) os parabéns públicos de Belém por ter ganho um Grammy.
Provavelmente os assessores de Cavaco estão de folga e não lhe contaram a novidade ...
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