terça-feira, novembro 25, 2014

De cabeça para baixo ...



De cabeça para baixo é como me sinto. De repente, a justiça de quem se dizia cobras e lagartos, começou a acelerar e até parece que alguma coisa está a mudar. Num curto espaço de tempo houve as condenações de Armando Vara e Maria de Lurdes Rodrigues (esta, convenhamos, uma condenação algo exagerada), os casos BES e GES, a detenção do director do SEF e de outros altos dirigentes do Estado e a detenção (ao tipo de hollywood) do ex-primeiro-ministro José Sócrates à chegada ao aeroporto de Lisboa. À chegada, não à partida, o que é relevante. Só não sabemos - porque o que sabemos, minuto a minuto, são as notícias da imprensa (em que se especula demais e se fazem afirmações ao sabor de interesses inconfessáveis) - se na Justiça haverá alguém que ande a exagerar, querendo protagonismo.

De qualquer forma o país anda sobressaltado. Quando governantes ao mais alto nível são detidos sob suspeita de ilícitos graves, quando parece estar a desmoronar-se a estrutura do Estado que nos dirige (ou dirigiu), claro que é legítimo que fiquemos muito preocupados. E não nos interessam os nomes mas os cargos que ocupam ou ocuparam.

Nós cidadãos temos o direito à verdade, seja ela qual for. E exige-se à justiça que seja rápida, imparcial e chegue a conclusões fundamentadas que levem à melhor justiça. Não nos basta que a justiça suspeite, que a comunicação social suspeite ou que o comum cidadão suspeite. Não queremos ficar pelas simples suspeições e por expedientes legais que não levam a lado algum. Queremos, e é-nos devido, decisões baseadas em factos. Uma justiça justa e não justiceira. Enquanto isso, ficamo-nos, como agora, de cabeça para baixo ...

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