Ana, obrigado por me lembrares que há um "Dia Nacional da Língua Portuguesa", que é "comemorado" em 5 de Novembro. Até eu - que tanto tenho lutado pela não subalternização da nossa língua - cansado que estou dos atropelos constantes vindos de todos os lados, deixava passar em claro tão importante dia. Importante mas que, infelizmente, não resolve absolutamente nada. Só um comprometimento diferente e empenhado de vários sectores faria com que o nosso português fosse indiscutivelmente a nossa língua.
E, provavelmente, por constatar que no dia-a-dia se trata tão mal a nossa língua, talvez não tivesse ficado demasiado espantado ao ler uma notícia que referia que - segundo o estudo “Os Tempos na Escola”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que analisou os 28 estados-membros da União Europeia, mais a Coreia, Singapura, Noruega e Turquia, - Portugal é um dos países com menos horas de ensino da língua materna nos primeiros quatro anos de escolaridade obrigatória.
Seria normal que tendo Portugal uma das maiores durações de escolaridade obrigatória (12 anos), também tivesse uma carga horária mais elevada dedicada ao estudo da língua materna. E assim não é. Repare-se que nos primeiros quatro anos de escolaridade, apenas 26,9% do tempo de aulas é dedicado ao ensino do português, menos do metade do que acontece, por exemplo, na Noruega (57,2%).
E depois admiramo-nos de quê?
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