O jornalista José Manuel Rosendo ao comentar há dias no Facebook o escândalo protagonizado por Jean-Claude Juncker dizia "isto só lá vai com uma valente zaragata, e à bofetada …". Ainda que quisesse, não consigo ser tão benevolente como ele. Mesmo tendo em conta que em democracia as coisas não se resolvem desta forma, eu acho que isto só "à porrada" poderá entrar nos eixos.
Aos poucos vão-se conhecendo as podridões. De cá e de lá fora. Só no passado recente, descobriram-se em Portugal os escândalos do BPN, do BPP, do BES e da PT. Agora, foi revelado que o recém-eleito Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, é protagonista de um escândalo de fuga ao fisco por parte de centenas de grandes empresas, que vem do tempo em que ele foi Primeiro-Ministro no Luxemburgo (1995-2013). Ao que se sabe, Juncker ajudou centenas de multinacionais a fugirem aos impostos nos seus países. Juncker era um facilitador da evasão fiscal em grande escala. Um "crime" (por cá, e sem grandes alaridos, Soares dos Santos mudou o domicílio fiscal para a Holanda) que contraria o discurso oficial da União Europeia em torno de questões como a responsabilidade e rigor e a necessidade do restabelecimento da confiança, tão invocados para fazer aprovar a União Bancária e para impor as medidas de austeridade contra os trabalhadores. Um discurso hipócrita e falacioso.
Poucos dias após ter tomado posse como Presidente da Comissão Europeia, Juncker deixou de ter condições políticas para continuar a exercer o cargo para que foi nomeado. Primeiro, porque aprovou, enquanto primeiro-ministro, os acordos secretos que permitiram a fraude fiscal que lesaram vários países. Agora, pela falta de ética demonstrada ao dizer que a cobrança de impostos eram responsabilidade da comissária que tem a seu cargo a pasta da Concorrência. Lamentável.
E voltamos ao início. Perante esta elite vigarista que tomou conta dos Estados, eu acho que a coisa só se pode resolver quando esta gente for corrida a murro, pontapé e o que mais for necessário. E o resto são cantigas ...
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