Disse repetidas vezes ao longo de anos que EU não era capaz de, simultaneamente, ouvir música (ainda que de fundo), ler e estar com atenção ao que se ia passando na televisão. Não tinha - e não tenho - essa capacidade (e duvidava até que alguém a tivesse) de estar atento a várias coisa ao mesmo tempo, porque pensava que, assim, não prestaria a devida atenção a uma só coisa que fosse. Disse-o aos mais novos (que estavam sempre ligados em tudo) e aos mais velhos que diziam acompanhar a rapaziada e juravam ter arcaboiço suficiente para estar em todas ao mesmo tempo. Eram capacíssimos de ter múltiplas aplicações abertas e de saltitar de umas para outras com uma perna às costas ou liam ou estudavam em companhia de um CD de rock da pesada. E quase todos gozavam com esta minha falta de predisposição assumida.
Então não é que ao ler um dos blogues que sigo habitualmente vi uma referência a um tal Daniel J. Levitin, psicólogo, neurocientista e escritor americano, um "velho" nascido em 1957, que sobre este assunto dizia coisas como:
... “saltar” constantemente de uma tarefa para outra exige um enorme dispêndio de energia mental e tem consequências extremamente negativas para o pensamento conceptual e crítico, ao mesmo tempo que reduz a criatividade e a tomada de decisões (…).todos nós gostamos de acreditar que conseguimos fazer várias coisas ao mesmo tempo e que a nossa atenção é infinita, o que corresponde a um mito persistente. Aquilo que realmente fazemos é mudar o nosso estado de atenção de uma tarefa para outra, o que resulta no facto de não devotarmos uma verdadeira atenção a nada ou diminuirmos a qualidade da mesma aplicada a qualquer que seja a tarefa. Quando nos concentramos em fazer apenas uma tarefa de cada vez, ocorrem alterações benéficas no nosso cérebro ...
Ora até qu'enfim que há alguém que me compr'enda ...
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