Se calhar nem devia estar a falar neste assunto. Acho que é demasiado escandaloso para ser verdade. Para mais, tenho a certeza de que ninguém de boa fé era capaz de “alinhar” numa jogada destas, que se porventura acontecesse, seria uma manifestação clara de gozo para com os cidadãos contribuintes, se é que não queria fazer deles uns completos anormais.
Eu vou escrever devagarinho para que vocês compreendam a situação, se é que ela é verdadeira, muito embora a mim me custe a acreditar. Isto só pode ser brincadeira…
Pois disseram-me que um senhor, de que eu não vou dizer o nome, porque até nem acredito que o homem (um político) se fosse meter numa embrulhada daquelas, que apesar de ter apenas 50 anos de idade e de gozar de boa saúde está já reformado.
Estão a ver porque é que eu não acredito em nada disto? Pois se até o Governo quer que a idade da reforma vá pelo menos para os 65 anos, como é possível que o Vasco…ai, que lá ia dizendo o nome…
Eu vou escrever devagarinho para que vocês compreendam a situação, se é que ela é verdadeira, muito embora a mim me custe a acreditar. Isto só pode ser brincadeira…
Pois disseram-me que um senhor, de que eu não vou dizer o nome, porque até nem acredito que o homem (um político) se fosse meter numa embrulhada daquelas, que apesar de ter apenas 50 anos de idade e de gozar de boa saúde está já reformado.
Estão a ver porque é que eu não acredito em nada disto? Pois se até o Governo quer que a idade da reforma vá pelo menos para os 65 anos, como é possível que o Vasco…ai, que lá ia dizendo o nome…
Seja como for, este senhor (chamemos-lhe simplesmente Vasco) é socialista, foi o número dois na Câmara Municipal de Lisboa durante as presidências de Jorge Sampaio e de João Soares e, ao que me dizem, está já reformado.
Se Isto para mim já era difícil de aceitar, porque o homem tem só 50 anos e tem uma boa saúde, mais difícil se tornou quando me disseram que a pensão que lhe foi atribuída foi de 3.035 euros (608 contos), que era um montante bastante acima do seu vencimento como vereador.
Mesmo assim, eu só tive a certeza que estavam a mangar comigo quando soube que o Vasco, apesar de ter apenas o equivalente ao actual 9º. Ano de escolaridade, foi reformado como “técnico superior de 1ª classe”, categoria a que, só os licenciados normalmente ascendem.
Então, e para lá chegar, quanto tempo é que trabalhou o sr. Técnico superior de 1ª. Classe? Sete anos no Ministério da Administração Interna, três no Serviço Militar e vinte na vereação da Câmara Municipal de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro, ou seja, um total 30 anos. Mas como parece que há uma lei que diz que dez desses doze anos contam a dobrar, o Sr. Vasco, em vez de 30, ficou com 40 anos de serviço e, tendo uma saúde de ferro, já se poude reformar.
Se me permitem, gostaria de perguntar em nome de muitos dos trabalhadores portugueses que raio de lei é esta que permite que um trabalhador que exerça a sua função numa Câmara durante 10 anos conte, para efeito de reforma, exactamente o dobro desse tempo. Aqui parece que o gozo já não é apenas comigo…
Mas o rol não ainda não acabou. Depois de já ter entregue o pedido de reforma o Vasco Franco (bolas, eu não queria que se soubesse de quem estava a falar, embora eu tivesse a certeza de que vocês já sabiam quem era o indivíduo) foi convidado para Administrador da Sanest, uma empresa de capitais públicos comparticipada por diversas câmaras dos arredores da capital, com um ordenado líquido de 4000 euros mensais. E sabem quem lhe fez esse convite? Vocês não vão acreditar, o convite foi feito pelo Presidente da Câmara Municipal da Amadora, o socialista Joaquim Raposo, cuja mulher é secretária de Vasco Franco na Câmara de Lisboa. Ele há coincidências que não lembram a ninguém…
Vão-me desculpar mas a minha azia já é tão grande que, por isso, vou parar por aqui. Sim, porque há muito mais para contar.
Não resisto, contudo, a dar-vos conta que o homem com todos estes convites conseguiu apenas triplicar o que ganhava no activo - onde deveria continuar por mais uns anos, uma vez que só tem 50 anos e uma boa saúde – ganhando, agora, qualquer coisa como 1200 contos limpos, além de carro, motorista, secretária, assessores e telemóvel.
Se tudo isto for verdade (e é claro que é verdade), isto é imoral e, como dizia o outro, isto é obsceno.
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