Temos que reconhecer que cá no nosso cantinho, e no que toca a burlas, não temos tido lá grandes crânios que realmente se tenham salientado pela sua mente brilhante. Que me recorde, apenas um demonstrou uma classe e inteligência invulgares – Alves dos Reis – de tal forma que fez mexer um país inteiro e foi até reconhecido internacionalmente.
Mas o normal é termos muitos aspirantes a burlõezinhos, que pouco mais são do que aprendizes de feiticeiro.
E a provar o que afirmo, que os nossos aspirantes a burlões, não são outra coisa que “chicos espertos” convencidos que possuem uma inteligência que, de facto, não têm, recordo dois casos que demonstram bem essa “esperteza saloia”.
O primeiro aconteceu à meia dúzia de anos quando um estudante se apresentou a um exame com um ouvido completamente entrapado e com aspecto sofredor. O ar compungido do aluno deve ter provocado um sentimento de pena generalizado mas o coitado lá foi, mesmo assim, fazer o exame.
Vá-se lá saber porquê, e contrariando os demais, os examinadores não alinharam na manifestação espontânea de solidariedade em redor do doentinho e desconfiaram que o estado em que ele se encontrava não podia corresponder ao nível de conhecimentos que ele mesmo demonstrou na prova de exame.
Não era possível, acharam os professores, o rapaz estar tão combalido e ter, ao mesmo tempo, o discernimento e o conhecimento necessários que lhe permitiram responder correctamente a todas as perguntas do teste.
Não conheço os detalhes que se seguiram, mas sei que ao “doentinho” foi descoberto que o ouvido entrapado escondia “apenas” um transmissor e um auscultador que lhe permitiam fazer perguntas e receber as respostas.
E para que a justiça fosse completamente justa, os examinadores (que eu sinto que eram maus como as cobras, senão nem tinham dito nada ao pobre rapazito) acharam por bem desembaraçarem o ouvido do seu examinando de toda aquela trapagem (e maquinaria) e fizeram-lhe um novo exame que ele, natural e obviamente, chumbou.
Um outro exemplo de um espertalhão à maneira, passou-se recentemente com o deputado do PSD António Preto, que, de resto, está a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que o acusa de fraude fiscal e falsificação.
Ora, o António Preto foi chamado pelo DCIAP para uma importante diligência, a de verificar a sua caligrafia. Isto é, pretendia-se que o deputado escrevesse com as suas próprias mãos para que assim se pudessem comparar a sua caligrafia com a que constava nos documentos em análise, para que desta forma, se pudesse confirmar se houvera, ou não falsificação.
O senhor deputado apresentou-se efectivamente mas … com o braço ao peito e engessado até ao ombro, o que impossibilitou a recolha da prova pretendida.
António Preto alegou ter sofrido um acidente no Hospital de Santa Marta, tendo até apresentado documento passado pelo médico que o assistiu e que lhe diagnosticou uma possível flebite no braço (inflamação nas veias). O mesmo médico, ter-lhe-ia recomendado que ele tomasse um anti-inflamatório e procedesse à imobilização do braço (nunca falou em gesso).
Só que, azares dos azares, o Hospital de Santa Marta não tem nem serviço de ortopedia nem sequer sala de gessos. E o cúmulo chegou, para má sorte do deputado, quando o Presidente do Colégio de Especialidade de Cirurgia Vascular da Ordem dos Médicos veio a terreiro afirmar que nestes casos de flebites, normalmente se procede à imobilização do membro, mas nunca com gesso.
Então Sr. Deputado, deixe-me perguntar, o senhor tem mesmo uma flebite que se trata, como se viu, com um anti-inflamatório e às vezes até com uma simples aspirina (mas nunca com gesso) ou o senhor não tem nem nunca teve qualquer doença e procurou enganar a justiça com uma artimanha para escapar à tal prova da caligrafia que, possivelmente, o ia incriminar de forma definitiva?
Que grandes espertalhões estes dois. E se um ainda era estudante (ainda andava a praticar para aldrabão) o que dizer do outro, um deputado da Nação que tentou por vários meios enganar a justiça? Um aldrabão encartado, era mesmo isso o que nos estava a faltar agora …
Mas o normal é termos muitos aspirantes a burlõezinhos, que pouco mais são do que aprendizes de feiticeiro.
E a provar o que afirmo, que os nossos aspirantes a burlões, não são outra coisa que “chicos espertos” convencidos que possuem uma inteligência que, de facto, não têm, recordo dois casos que demonstram bem essa “esperteza saloia”.
O primeiro aconteceu à meia dúzia de anos quando um estudante se apresentou a um exame com um ouvido completamente entrapado e com aspecto sofredor. O ar compungido do aluno deve ter provocado um sentimento de pena generalizado mas o coitado lá foi, mesmo assim, fazer o exame.
Vá-se lá saber porquê, e contrariando os demais, os examinadores não alinharam na manifestação espontânea de solidariedade em redor do doentinho e desconfiaram que o estado em que ele se encontrava não podia corresponder ao nível de conhecimentos que ele mesmo demonstrou na prova de exame.
Não era possível, acharam os professores, o rapaz estar tão combalido e ter, ao mesmo tempo, o discernimento e o conhecimento necessários que lhe permitiram responder correctamente a todas as perguntas do teste.
Não conheço os detalhes que se seguiram, mas sei que ao “doentinho” foi descoberto que o ouvido entrapado escondia “apenas” um transmissor e um auscultador que lhe permitiam fazer perguntas e receber as respostas.
E para que a justiça fosse completamente justa, os examinadores (que eu sinto que eram maus como as cobras, senão nem tinham dito nada ao pobre rapazito) acharam por bem desembaraçarem o ouvido do seu examinando de toda aquela trapagem (e maquinaria) e fizeram-lhe um novo exame que ele, natural e obviamente, chumbou.
Um outro exemplo de um espertalhão à maneira, passou-se recentemente com o deputado do PSD António Preto, que, de resto, está a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que o acusa de fraude fiscal e falsificação.
Ora, o António Preto foi chamado pelo DCIAP para uma importante diligência, a de verificar a sua caligrafia. Isto é, pretendia-se que o deputado escrevesse com as suas próprias mãos para que assim se pudessem comparar a sua caligrafia com a que constava nos documentos em análise, para que desta forma, se pudesse confirmar se houvera, ou não falsificação.
O senhor deputado apresentou-se efectivamente mas … com o braço ao peito e engessado até ao ombro, o que impossibilitou a recolha da prova pretendida.
António Preto alegou ter sofrido um acidente no Hospital de Santa Marta, tendo até apresentado documento passado pelo médico que o assistiu e que lhe diagnosticou uma possível flebite no braço (inflamação nas veias). O mesmo médico, ter-lhe-ia recomendado que ele tomasse um anti-inflamatório e procedesse à imobilização do braço (nunca falou em gesso).
Só que, azares dos azares, o Hospital de Santa Marta não tem nem serviço de ortopedia nem sequer sala de gessos. E o cúmulo chegou, para má sorte do deputado, quando o Presidente do Colégio de Especialidade de Cirurgia Vascular da Ordem dos Médicos veio a terreiro afirmar que nestes casos de flebites, normalmente se procede à imobilização do membro, mas nunca com gesso.
Então Sr. Deputado, deixe-me perguntar, o senhor tem mesmo uma flebite que se trata, como se viu, com um anti-inflamatório e às vezes até com uma simples aspirina (mas nunca com gesso) ou o senhor não tem nem nunca teve qualquer doença e procurou enganar a justiça com uma artimanha para escapar à tal prova da caligrafia que, possivelmente, o ia incriminar de forma definitiva?
Que grandes espertalhões estes dois. E se um ainda era estudante (ainda andava a praticar para aldrabão) o que dizer do outro, um deputado da Nação que tentou por vários meios enganar a justiça? Um aldrabão encartado, era mesmo isso o que nos estava a faltar agora …
2 comentários:
Acho que já estás a exagerar um bocado com essa mania de andares sempre a criticar os deputados. Em tão pouco tempo já marcharam dois, não será demais? Ou tens algum problema com eles? Quem te levar à séria, vai pensar que é perseguição da tua parte só porque um deputado anda a quinhentos à hora numa auto-estrada, pondo até em risco a vida de quem lá anda, e nem sequer é multado nem fica sem a carta nem nada ou, porque um outro deputado, que até coitado tem uma flebite num braço, nem sequer tem a liberdade de escolher ter o braço todo engessado em vez de tomar uma aspirinazita. Que raio de obsessão é essa com os deputados? Gostava que me explicasses.
Peço-te desculpa por só agora ter arranjado um tempinho para responder, mas faço-o com todo o gosto,
Na verdade, não tenho qualquer problema específico contra os deputados. Acho que o nível de deputados que temos actualmente desceu significativamente em relação aos de uns tempos atrás, isto é, havia há uns anos, melhores e mais credíveis deputados do que aqueles que lá estão hoje (falando genericamente, já se vê) mas isso é um outro problema.
De uma forma geral o que me incomoda, e muito, são os incompetentes, os aldrabões, os vigaristas e os corruptos. Também me incomoda os que têm má pinta e os que cheiram mal. Agora se eles são brancos, pretos, chineses, ciganos, indianos ou deputados, confesso que já não fico tão em pulgas.
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