Acreditem que eu andava contente por ter sido mais um dos portugueses que ajudou o governo a baixar o défice para os 3%. Sim, porque foi à nossa custa que se conseguiu o brilharete. Mas adiante ...
Contente, é verdade, apesar de tremendamente depalperado com as enormes restrições que fui forçado a fazer para pagar todos os impostos a que fui obrigado, ainda por cima tendo o meu vencimento congelado há anos.
E ia tão contente no meu contentamento, até que vejo,em grandes parangonas:
Contente, é verdade, apesar de tremendamente depalperado com as enormes restrições que fui forçado a fazer para pagar todos os impostos a que fui obrigado, ainda por cima tendo o meu vencimento congelado há anos.
E ia tão contente no meu contentamento, até que vejo,em grandes parangonas:
Ministério da Justiça adquire viaturas de luxo
MAU! Então, eles andam a pedir-nos que façamos uns sacrifícios danados, que já não conseguimos aguentar mais, a dizer-nos que esses sacrifícios até são por uma boa causa que têm a ver com o cumprimento de uma coisa a que eles chamam “O Pacto de Estabilidade e Crescimento” e, à socapa, de mansinho para ver se não damos por isso, vá de comprar cinco viaturas novas, novas e de topo de gama, para o Ministério da Justiça?
Então não é que, numa época de contenção orçamental, com a administração pública sujeita a restrições diversas, o Ministério da Justiça foi gastar 176 mil euros (35 mil contos), ainda por cima sem autorização do Ministério das Finanças e por ajuste directo e sem recurso a concurso público, o que viola claramente o que lei estabelece?
Esta aquisição, autorizada por despacho do secretário de Estado adjunto do ministro da Justiça, Conde Rodrigues, está a provocar algum mal-estar nos meandros judiciários, nomeadamente nos tribunais, uma vez que são constantes as queixas da falta de dinheiro para a compra dos materiais mais básicos.
Mas se nos meios judiciários, a medida gerou algum mal-star, para nós, contribuintes, de certeza que está a gerar um MAL-ESTAR ainda maior.
Se calhar é ingenuidade da minha parte, mas, provavelmente, eles compraram carros tão caros porque, de momento, não havia outros mais em conta. Quero eu dizer com a minha, que se houvesse para venda meios de transporte mais baratos e que fossem adequados e dignos dos “altos cargos que ocupam”, eles tê-lo-iam certamente comprado.
Mas não, o senhor secretário de Estado adjunto do ministro da Justiça mandou mesmo adquirir os carros de topo de gama e, para o presidente do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-Estruturas da Justiça (IGFIEJ), comprou um Audi Limousine 2.0TDI, de 140 cavalos, viatura que custou ao Estado 38 615,46 euros, com 2831 euros de equipamento opcional, nomeadamente caixa de 6 CD, computador de bordo a cores, sistema de navegação plus, sistema de ajuda ao parqueamento, alarme e pintura metalizada.
Claro está que, neste momento de grandes dificuldades económicas que o país atravessa – o país, os portugueses em geral mas não, por certo, alguns governantes - dos cinco carros comprados, um foi atribuído ao próprio senhor secretário de Estado adjunto do ministro da Justiça, Conde Rodrigues, o mesmo que autorizou a aquisição.
Diz o povo: “Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte”. Mesmo sem ficar com a melhor parte, isto é, com o melhor carro, mesmo assim Conde Rodrigues não se esqueceu de se apropriar de uma das cinco viaturas.
Eles estão a reinar connosco, não estão?
1 comentário:
Estão, estão! Mas não é de agora! Por isso é que me dá vontade de rir quando os oiço pedir sacrificios aos portugueses! De rir ou de coisas bem piores!
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