Muito embora o nosso companheiro “Azul” esteja ausente há já algum tempo (suponho que se deve ter incompatibilizado com qualquer outro nosso amigo), ainda assim, tenho que ter algum cuidado quando trato de um assunto que já foi alvo da atenção de Miguel Sousa Tavares. Cuidado, sobretudo, para que eu não venha a ser acusado de plagiar a sua escrita ou as suas ideias.
A verdade, porém, é que, para além das preferências clubísticas, em que nos situamos perfeitamente nos antípodas, concordo com a maioria das posições expressas pelo Miguel, nas suas muito bem escritas crónicas, a ponto de, se isso me fosse pedido, as subscrever por completa identificação com as suas ideias.
O facto de podermos escrever sobre temas comuns, nós ou quaisquer outros, não significa, naturalmente, que nos estejamos a plagiar. Os assuntos públicos são, naturalmente, abordados por muita gente e, porque eles são públicos, ninguém se deve coibir de expressar livremente as suas opiniões sobre os mesmos.
Pois esta semana, um dos temas da crónica de Miguel Sousa Tavares foi o trágico acidente de autocarro num dos troços da A-3, em que faleceram 16 pessoas.
E o que é que provocou o acidente? Estrada perigosa, excesso de velocidade ou de álcool? Ao que parece, nada disso.
Dizem os técnicos que esta auto-estrada tem um desenho adequado e não oferece qualquer perigo. Quanto aos resultados dos testes feitos à condutora que provocou a tragédia, revelou que ela não ia alcoolizada nem sob o efeito de drogas. Apurou-se, também, que não seguia em excesso de velocidade, pelo que tudo leva a crer que se tratou de uma falha humana
Porém, em todos os casos em que há acidentes, sobretudo os que ocasionam vítimas mortais, é certo e sabido que as autoridades acabam por justificar o acontecido com o excesso de velocidade ou com o excesso de álcool. E as consequências desses “excessos” causadores de tanta mortalidade rodoviária traduzem-se, de imediato, em mais penalizações, mais coimas e mais proibições.
Ainda que aceite que os ditos exageros possam causar muitos dos acidentes, não entendo, no entanto, porque é que os responsáveis nunca atribuem “as culpas” aos maus traçados das estradas, à falta de cidadania e de civismo dos condutores, ao deficiente ensino da maioria das escolas de condução ou à total inépcia dos condutores?
Acredito, todavia, que uma boa parte desses acidentes se deve à total falta de capacidade, ou de habilidade, dos condutores. Basta conduzirmos em qualquer estrada do país e estarmos atentos à quantidade de desmandos que se verificam constantemente, quase debaixo do nosso nariz.
É que, enquanto o civismo ainda se vai ensinando, a falta absoluta de jeito para conduzir é totalmente inata e sem solução.
Por isso defendo há muito, que as escolas perante os candidatos que se mostrem totalmente inaptos para conseguirem uma carta de condução, devem simplesmente reprová-los de vez e sem qualquer possibilidade de tentarem de novo.
Ao fim e ao cabo, é uma questão de saúde pública!
Porém, em todos os casos em que há acidentes, sobretudo os que ocasionam vítimas mortais, é certo e sabido que as autoridades acabam por justificar o acontecido com o excesso de velocidade ou com o excesso de álcool. E as consequências desses “excessos” causadores de tanta mortalidade rodoviária traduzem-se, de imediato, em mais penalizações, mais coimas e mais proibições.
Ainda que aceite que os ditos exageros possam causar muitos dos acidentes, não entendo, no entanto, porque é que os responsáveis nunca atribuem “as culpas” aos maus traçados das estradas, à falta de cidadania e de civismo dos condutores, ao deficiente ensino da maioria das escolas de condução ou à total inépcia dos condutores?
Acredito, todavia, que uma boa parte desses acidentes se deve à total falta de capacidade, ou de habilidade, dos condutores. Basta conduzirmos em qualquer estrada do país e estarmos atentos à quantidade de desmandos que se verificam constantemente, quase debaixo do nosso nariz.
É que, enquanto o civismo ainda se vai ensinando, a falta absoluta de jeito para conduzir é totalmente inata e sem solução.
Por isso defendo há muito, que as escolas perante os candidatos que se mostrem totalmente inaptos para conseguirem uma carta de condução, devem simplesmente reprová-los de vez e sem qualquer possibilidade de tentarem de novo.
Ao fim e ao cabo, é uma questão de saúde pública!
4 comentários:
Correcção: A-23, e não A-3.
Parece que para as autoridades, os acidentes só se devem a uma das seguintes causas: excesso de álcool, excesso de velocidade, efeito de drogas ou falha humana; sendo que "falha humana" encerra todas as outras causas por explicar. Um pouco vago demais, eu diria.
Aliás, pergunto-me se por uma questão de lógica e coerência, não seria de considerar o uso de drogas, o excesso de velocidade e de álcool como reais falhas humanas. Faria mais sentido.
Em relação às posições do MST, espero que não penses como ele na questão do tabaco.
De facto, a ressalva do tabaco está bem colocada.
Ah, e já agora, alguém me consegue dizer onde posso ter acesso à lei do tabaco que vai entrar em vigor em Janeiro e para a qual não podemos (como em todas as outras) alegar ignorância?.
É que todas as referências à lei nos órgãos de comunicação só referem os aspectos "folclóricos" da coisa mas nunca se consegue ter o textozinho mesmo.
“Porcos no Espaço” obrigado pela correcção. De facto o acidente aconteceu na A-23 e não na outra A que referi. As minhas desculpas.
Relativamente à forma como consideramos as “falhas humanas”, para mim, uma manobra mal calculada é claramente uma falha humana, muito embora ela possa ser a consequência de uma aprendizagem deficiente. Quanto ao uso de drogas, excesso de velocidade e de álcool, eu considero que serão mais enquadráveis no capítulo da falta de civismo e de consciência. O que, elas próprias, não deixam de ser falhas humanas e graves.
Mas esta é a minha opinião. Como pensarão as autoridades?
Desta vez, “Porcos no Espaço”, acertaste dois tiros no porta-aviões. Para além das diferenças clubísticas entre mim e o MST, também não alinho com ele nas questões relativas ao tabaco.
Um abraço.
As leis do país, desde há muito que são publicadas no “Diário da República”, leis que, aliás, só começam geralmente a vigorar a partir da data da sua publicação no orgão oficial.
Como sabe, caro “anónimo” o DR, até há pouco tempo, era impresso em papel, mas como estamos hoje muito mais avançados em termos tecnológicos, quem tiver curiosidade de ler os textozinhos das leis que pretenda consultar, já temos ao nosso dispor a edição electrónica do Diário da República, que poderá aceder, gratuitamente, em http://dre.pt/
Os melhores cumprimentos,
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