Já os senhores do mundo – Bush, Blair e Aznar, que, em Fevereiro de 2003, participaram na famosa cimeira das Lajes, onde foram recebidos pelo nosso primeiro-ministro de então - tinham reconhecido há muito que a invasão no Iraque e a operação militar que daí resultou, fora determinada por informações falsas, quando, muito tempo depois, Durão Barroso, iluminado, porventura, por alguma graça divina, veio admitir agora e publicamente que “as informações que lhe foram transmitidas não correspondiam à verdade”.
Convenhamos, porém, Durão Barroso, levou demasiado tempo a reconhecer que fora enganado por todas aquelas informações que o convenceram na altura.
E a interrogação que a todos nós preocupa é como é que os responsáveis (?) mais influentes do planeta, baseados em “informações” pouco consistentes e, sobretudo, não confirmadas, puderam tomar a decisão de invadir militarmente um país, provocando uma imensa tragédia que se traduz em muitos milhares de mortos e feridos, quer entre os elementos das forças aliadas, quer entre os iraquianos, militares ou civis.
Catástrofe que tomou uma dimensão completamente desproporcionada, que ceifou a morte de tanta gente inocente, que destruiu o país e que provocou uma profunda instabilidade no Médio Oriente.
Quanto a mim, o que Durão Barroso pretendeu naquela altura foi “colar-se” aos grandes, nomeadamente ao poderoso presidente dos Estados Unidos, aparecer junto aos três líderes mundiais nas fotografias que correram mundo, dando a impressão que, também ele, era um deles, e nenhum dos quatro, teve a preocupação de pensar que o “problema” do Iraque se deveria ou poderia resolver essencialmente por recurso a meios políticos e diplomáticos e não por uma agressão militar.
Ou será que políticos tão experientes só quiseram acreditar no que lhes convinha (se calhar o petróleo) e deixaram, propositadamente, de lado outras soluções que, a serem aplicadas, teriam evitado tanto sofrimento.
Mas uma vez que não podemos recuar no tempo e corrigir as decisões do passado, seria muito bom que todas as lições aprendidas com a guerra do Iraque fossem agora aplicadas na situação latente do Irão que, como se sabe, está “debaixo de fogo diplomático” dos Estados Unidos, porque, supostamente, o Irão está a construir um arsenal militar nuclear.
E é destes “supostamentes” que eu tenho receio. Se as ilações com o que se passou no Iraque não foram bem apreendidas, é legítimo que se pense que se possa cometer mais uma agressão militar, agora contra o Irão, com todas as consequências daí decorrentes.
2 comentários:
Desde que o Homem existe que está em guerra. Desde a antiguidade até aos conflitos modernos já do século XX. E quase sempre pelos mesmos motivos: dinheiro e poder.
Os interesses pessoais são sempre mais fortes e passam por cima de tudo o resto, levando-nos tantas vezes a esse extremo.
Infelizmente, contra isso não há lição que nos valha. Se já tivessemos aprendido alguma lição, muitas guerras não teriam acontecido.
Aliás nem é preciso ir tão longe, se os americanos tivessem aprendido alguma coisa não teriam reeleito o Sr. Bush.
Boa, “porcos”.
Bela análise da situação e belo final de comentário.
Concordo contigo, “se os americanos tivessem aprendido alguma coisa não teriam reeleito o Sr. Bush”.
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