Quem esteve na tropa antes do 25 de Abril sabe bem do terror que se entranhava na pele só de se ouvir falar em RDM – Regulamento de Disciplina Militar. Ele era (e não sei se ainda é) um regulamento tão rigoroso que, em nome da disciplina, tudo proibia desde que não autorizado pelas respectivas hierarquias. Os que viveram esse tempo “sabem bem do que é que eu estou a falar”, como diria o Octávio Machado.
Para os mais novos e também para aqueles que já tem razões de queixa da sua memória, conto uma situação (a mais simples que me lembro) que dá uma ideia de como era viver sob a espada de um regulamento feroz que podia, a qualquer momento, cair em cima das nossas cabeças:
Uma noite jantava com outros camaradas num restaurante completamente cheio. Chegou um grupo de oficiais superiores e como não havia mesa e nós éramos os únicos militares fardados, fomos obrigados a ceder os nossos lugares para que eles se sentassem e pudessem jantar. Não tivemos outra alternativa que não fosse pagar e sair. O RDM era bem claro quanto aos direitos de quem tinha maior patente e aos deveres de quem estava abaixo deles.
Mas isso passou-se em 1971, no século passado e em plena ditadura. Numa época em que se confundia autoridade com autoritarismo e disciplina com despotismo.
Pois 37 anos passados, os jornais dos últimos dias noticiaram que o Director Nacional da Polícia de Segurança Pública, o superintendente-chefe Oliveira Pereira, vai apresentar um projecto de um novo regulamento de continências e honras na PSP, ao estilo do mal-amado RDM.
Por exemplo, prevê o tal projecto que “os polícias não possam fumar, mascar pastilhas elásticas, nem falar ao telemóvel diante de superiores, sem deles obterem prévia autorização”.
Ingénuo como sou, pensava eu que, perante a vaga de criminalidade que nos tem afligido, os dirigentes da PSP estariam muito mais preocupados em conseguir melhores níveis de desempenho. Dizendo de outra forma, que deveriam querer mais polícias e polícias melhor armados e preparados para enfrentar os bandidos.
Mas não. Pelo menos o senhor Director Nacional parece estar muito mais atento aos aspectos comportamentais dos seus subordinados. Por isso entende que a melhor maneira de ter uma polícia competente passa por exigir o cumprimento de umas continências feitas a preceito e a proibição de mastigar umas pastilhas elásticas em frente dos seus superiores sem a necessária autorização.
Com tanta disciplina desta o povo sentir-se-á, sem dúvida, muito mais protegido.
Para os mais novos e também para aqueles que já tem razões de queixa da sua memória, conto uma situação (a mais simples que me lembro) que dá uma ideia de como era viver sob a espada de um regulamento feroz que podia, a qualquer momento, cair em cima das nossas cabeças:
Uma noite jantava com outros camaradas num restaurante completamente cheio. Chegou um grupo de oficiais superiores e como não havia mesa e nós éramos os únicos militares fardados, fomos obrigados a ceder os nossos lugares para que eles se sentassem e pudessem jantar. Não tivemos outra alternativa que não fosse pagar e sair. O RDM era bem claro quanto aos direitos de quem tinha maior patente e aos deveres de quem estava abaixo deles.
Mas isso passou-se em 1971, no século passado e em plena ditadura. Numa época em que se confundia autoridade com autoritarismo e disciplina com despotismo.
Pois 37 anos passados, os jornais dos últimos dias noticiaram que o Director Nacional da Polícia de Segurança Pública, o superintendente-chefe Oliveira Pereira, vai apresentar um projecto de um novo regulamento de continências e honras na PSP, ao estilo do mal-amado RDM.
Por exemplo, prevê o tal projecto que “os polícias não possam fumar, mascar pastilhas elásticas, nem falar ao telemóvel diante de superiores, sem deles obterem prévia autorização”.
Ingénuo como sou, pensava eu que, perante a vaga de criminalidade que nos tem afligido, os dirigentes da PSP estariam muito mais preocupados em conseguir melhores níveis de desempenho. Dizendo de outra forma, que deveriam querer mais polícias e polícias melhor armados e preparados para enfrentar os bandidos.
Mas não. Pelo menos o senhor Director Nacional parece estar muito mais atento aos aspectos comportamentais dos seus subordinados. Por isso entende que a melhor maneira de ter uma polícia competente passa por exigir o cumprimento de umas continências feitas a preceito e a proibição de mastigar umas pastilhas elásticas em frente dos seus superiores sem a necessária autorização.
Com tanta disciplina desta o povo sentir-se-á, sem dúvida, muito mais protegido.
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