Recentemente, a Standart & Poors baixou a notação de rating de Portugal de AA para A+. Sem pôr em causa a justeza da sua avaliação, nem entrar em considerações sobre as estratégias e políticas levadas a cabo pelo governo português, devo confessar que me tenho interrogado muitas vezes sobre a qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelas agências de rating. Tenho até algumas dúvidas quanto à sua real credibilidade. Tanto mais que, infelizmente, os “buracos” têm surgido com muita frequência.
Ao longo dos anos tenho acompanhado as notações dadas pelas maiores agências de rating internacionais e a verdade é que – nalguns casos – depois dessas notas serem atribuídas, verifica-se que, afinal, elas foram tendenciosas ou destorcidas, tendo por isso acabado por influenciar os mercados e abalado a confiança dos investidores.
Em princípio, as classificações dadas por essas agências são, pretensamente, baseadas na solidez financeira das empresas e dos países e na expectativa da capacidade que essas empresas e países têm de cumprirem as dívidas contraídas. Só que o certificado dado pelas agências – com boas ou más notações – nem sempre corresponde à verdadeira situação financeira das instituições, o que leva a que os mercados reajam de uma forma inversamente proporcional à que deveriam.
Os imbróglios são muitos mas ninguém esqueceu ainda o caso recente em que a mesma Standart & Poors deu a pontuação máxima à Islândia, precisamente na véspera do governo islandês abrir falência.
Por isso se põem em causa a competência do trabalho das agências de rating e as eventuais ligações a lobbies que a elas estejam associados.
Os tempos mudaram, a segurança e o respeito pelas instituições perderam-se. Por isso, é urgente que se reconquiste a confiança nos mercados, nas instituições e nas pessoas.
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