De importante, importante mesmo, o que eu hoje quero dizer-vos é que o Museu Nacional de Arte Antiga vai acolher no próximo dia 10 de Fevereiro o lançamento do quarto romance de valter hugo mãe (isso mesmo, escreve-se com letras minúsculas), o vencedor do prémio Saramago em 2007.
O livro tem um título sugestivo: “A Máquina de Fazer Espanhóis”. Um livro que promete tanto mais que, como afirma Lobo Antunes, “a maior parte dos livros são escritos para o público, este é um livro escrito para os leitores”.
Mas esta referência ao lançamento deste livro “A Máquina de Fazer Espanhóis” não é inocente. Sem conhecer ainda o romance, a simples ideia de uma máquina que pode fabricar espanhóis apavora-me. Claro que nada tenho contra os “nuestros hermanos”. O que me preocupa é se a tal máquina começa a produzir espanhóis do tipo Joaquín Almunia, o Comissário Europeu dos Assuntos Económicos que é espanhol e que, como bom vizinho que é, acaba de nos dar uma mãozinha para nos afundar ainda mais, como se isso fosse necessário.
Depois das opiniões das agências de rating só nos faltava o Sr. Almunia e as suas declarações sobre a competitividade e o endividamento de Portugal, numa tentativa (bem conseguida) de nos pôr ao mesmo nível dos gregos.
Não necessitávamos dessa ajuda. Já sabíamos que a coisa estava mal mas a intervenção do Comissário teve um efeito de tal modo negativo e imediato nos mercados internacionais que o preço do crédito concedido ao nosso país subiu num ápice.
Bem podem os nossos governantes bradarem que “as declarações de Almunia foram infelizes e enganadoras”. Aliás, a Comissão Europeia já veio esclarecer que, afinal, “nunca pretendeu comparar a situação económica de Portugal com a da Grécia”. Mas o mal está feito e as consequências aí estão.
A desconfiança sobre Portugal está lançada. E, como se não bastasse tudo o que aconteceu, os políticos nacionais, de todos os quadrantes, fizeram questão de demonstrar com arrebatadora irresponsabilidade, que podiam piorar ainda mais a situação com uma inesperada crise política por causa da Lei das Finanças Regionais e, concretamente – sejamos claros – por causa da Região Autónoma da Madeira.
Não merecíamos tanto!
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