segunda-feira, julho 21, 2008

Como?

Acham que os portugueses podem olhar com satisfação para os boletins de pagamento, no final de cada mês, quando descobrem que uma boa parte do que ganharam foi penhorado? Não, claro que não.

E são muitos aqueles que se podem queixar desse revés. Esta semana foi divulgado que 38% dos funcionários da Câmara Municipal de Sintra têm o vencimento parcialmente penhorado. Também na Câmara Municipal de Lisboa, cerca de 700 empregados foram confrontados com idêntico problema. E quantos mais trabalhadores por esse país fora não enfrentam essa vicissitude?

Todas estas penhoras por causa de dívidas ao Estado (incumprimentos fiscais), por falta de pagamentos de créditos à habitação e ao consumo e ao não cumprimento das prestações alimentares aos filhos.

E, em muitos casos, já há penhoras em lista de espera, aguardando que as primeiras sejam liquidadas.

Os Bancos e o Fisco estão cada vez mais eficazes e, na falta de outros bens, a cobrança das dívidas ataca directamente os salários.

Perante tamanhos apertos, os trabalhadores desesperam. Tanto, que já têm dificuldade em ouvir os repetidos apelos do Presidente da República para que “não baixem os braços e não se deixem levar pelo desânimo e pela tristeza”.

A questão está em saber ... COMO?

1 comentário:

Anónimo disse...

Como?, é uma excelente pergunta a que, provavelmente, ninguém saberá responder.

A verdade é que, segundo o Diário de Notícias de hoje, “os portugueses estão cada vez mais a deixar de cumprir as suas obrigações com o sistema financeiro. O volume de crédito incobrável do segmento de particulares ascendia, em Maio, a 2,59 mil milhões de euros, mais 17,3% que um ano atrás. O crédito ao consumo é a situação pior
Os portugueses, cada vez mais endividados, estão a deixar de pagar, em primeiro lugar, os créditos pessoais e os empréstimos do carro. O malparado no crédito ao consumo atingiu, em Maio, o valor recorde de 633 milhões de euros, mais 211 milhões que um ano antes, uma subida de 50%. Do total de crédito concedido para fins pessoais, 4,2% era considerado como de cobrança duvidosa. Os dados constam do Boletim de Estatística do Banco de Portugal, ontem divulgado”.

Perante estes dados preocupantes acaba por não admirar a existência das tais, e tantas, penhoras.