Braga, como todos sabem, é conhecida pela “Cidade dos Arcebispos”. Para além de ser uma cidade com muita juventude e de estar cada vez mais bonita, Braga distingue-se pelos seus templos. Belos e imponentes, desde a Sé Catedral, a Basílica, Santuários, Mosteiros, Conventos e um sem-número de Igrejas.
Há duas semanas voltei à capital do Minho e, “obrigatoriamente” revisitei algumas dessas Igrejas. E foi com espanto que, numa delas, enquanto decorria uma missa, vi um homem abordar várias pessoas para lhes pedir dinheiro. A celebração não impediu que o pedinte deambulasse pelo templo a seu belo prazer, perante a indiferença da maioria dos presentes e do próprio padre.
Umas horas depois e uns metros mais à frente, numa outra Igreja do centro, dei de caras com um outro pedinte, este sentado nos degraus da escadaria que culminava na porta principal da Igreja, estendendo a mão a quem entrava ou saía do templo. Mas o que me espantou verdadeiramente foi o constatar que sempre que lhe era recusado o óbolo solicitado, o homem desencantava por debaixo de um cobertor que lhe cobria as pernas um objecto que vim a perceber tratar-se de um relógio. Não conseguida a esmola, a acção seguinte era tentar vender um relógio.
Perante tamanho descaramento, tanto num como noutro caso, não pude deixar de pensar que o que ali se passava era, tão-somente, a mais pura manifestação de desenrascanço, sem qualquer espécie de limites e com a manifesta condescendência das autoridades policiais e eclesiásticas. Incrédulo, fiquei com a sensação de que a margem entre o pedinte e o empreendedor era, naqueles casos, muito curta.
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