A senhora que estava com ele, presumivelmente a avó, decerto senhora de muitos princípios, chocada mais com a má educação do petiz do que com a crueza da palavra, admoestou-o: “Carlitos, repete lá …”, ao que o miúdo se apressou a exclamar “Porra!”.
A senhora visivelmente incomodada por não ter sido aquela a educação que os pais e os avós lhe tinham dado, puxou o miúdo para si e, com cara franzida e voz de poucos amigos, disse-lhe de novo (como que a querer dizer ao neto que aquela era uma expressão muito feia que não se devia dizer): “Carlitos, repete lá …”
Pois nem mesmo a cara zangada da avó conseguiu demover o Carlos de dizer - pela terceira vez, num tom que bailava entre o inocente, o confuso por não perceber aonde a avó queria chegar e o traquina - a palavra maldita “Porra!”.
Bolas, digo eu que sou um bocadinho mais crescido e conhecedor das conveniências sociais, do que é que a senhora estava à espera? Afinal era ela é que insistia para que o gaiato repetisse a palavra …
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