Quando ontem escrevia sobre os horários praticados pela Banca, referia-me, está bem de ver, aos horários das Instituições e não dos empregados. A estes, como se sabe, costuma “pedir-se” que trabalhem para além dos tempos que estão consignados nos respectivos contratos de trabalho. Por exemplo, se saem às 16h30 (oficialmente e para os que têm esse horário) exige-se-lhes que saiam apenas quando tiverem concluído os seus afazeres (o que em muitos casos pode prolongar-se umas horas para além da sua hora) e não antes. Ou no caso de trabalhadores que estejam a atender clientes e que já tenham visto passar a hora em que deviam ter ido almoçar, paciência, comerão qualquer coisa quando acabarem esses atendimentos, isto é, quando puder ser.
Mas neste, como em outros casos, existe uma “cultura laboral” que vem de há muito. “Cultura” que diverge de sector para sector.
Já experimentaram ir a uma oficina de mecânica, mesmo as das marcas mais conhecidas? Se o horário para almoço é das 13h00 às 15h00, ainda que a tarefa supostamente vá acabar uns minutos depois de ter começado a hora de almoço do trabalhador, o cliente vai mesmo ter que aguardar que a sagrada “pausa de refeição” se cumpra.
Ainda não há muito tive que esperar duas horas para me trocarem a bateria do carro porque cheguei à oficina (de uma marca) às vinte para a uma e informaram-me que já não dava tempo porque os serviços fechavam para almoço às 13h00. Um trabalho sem complexidade e que se faz em poucos minutos. E, naquele caso, nem sequer havia a desculpa de estarem todos ocupados. É que ali existe uma outra “cultura laboral”.
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