Andamos tantos, há tanto tempo, a "lutar" contra o novo acordo ortográfico e contra todos aqueles que nunca viram qualquer inconveniente na alienação de um património tão importante como o da língua portuguesa. Acordo que, de resto, nunca deveria ter sido celebrado. E não se trata de uma questão de posse nem, tão-pouco, de conservadorismo. Apenas não conseguimos descortinar vantagens evidentes nestas alterações, nem, sobretudo, gostámos da forma como tudo aconteceu.
Porém, a resistência a escrever de uma maneira diferente, parece, finalmente, ter dado bons resultados e vislumbra-se já a possibilidade de que o "Acordo acordado" possa retroceder. O AO de 1990 foi ratificado por Portugal em 2008, mas nem todos os países da lusofonia o fizeram. Alguns porque não estão minimamente preocupados com isso e outros porque têm problemas em conseguir a sua implementação. O caso do Brasil, o que mais ganharia com o acordo, é sintomático ao reconhecer agora que "o acordo é uma manta de retalhos e que muitos professores não sabem como aplicá-lo porque está muito confuso". De tal forma, que o Governo brasileiro prepara um decreto presidencial para adiar a vigência obrigatória do Novo Acordo Ortográfico para Janeiro de 2016.
Como se costuma dizer "enquanto há vida há esperança" e como "enquanto o pau vai e vem folgam as costas" pode ser que se chegue à conclusão que "um fato e um facto" são coisas absolutamente diferentes.
Não é por cada país ter especificidades próprias na escrita que deixamos de nos entender, não é?
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