Ainda há dias escrevi aqui sobre o ressuscitar de Miguel Relvas e, hoje, cá estou eu danadinho para falar no Ministro Álvaro Santos Pereira, o nosso Álvaro dos pasteis de nata, que tutela a pasta da Economia.
É que, há uns meses, o Álvaro, tal como o Relvas, esteve à beira de ficar desempregado. Coitado, percebíamos claramente como andava cabisbaixo, sempre à espera de uma remodelação ministerial que o atirasse para o fundo de desemprego. Pois bem, passado esse período mais cinzento da sua vida de governante, aí está ele, pujante e confiante como nunca, atrevido, preparadíssimo para cantar os amanhãs que hão-de chegar e fazendo parte de um escasso conjunto de Ministros de Economia da União Europeia (Espanha, Itália, França, Alemanha e ... Portugal, pois claro), já conhecido como os “amigos da industrialização".
O pior é que, levado pelo entusiasmo, o nosso Álvaro criticou as regras ambientais "fundamentalistas" que prejudicam o sector económico (nomeadamente a indústria), afirmando "que não podemos voltar ao século XIX". Ao que a Ministra do Ambiente ripostou: "Nesta matéria, como é evidente, há muitas práticas pelo mundo fora ... a solução, a meu ver, é continuar a puxar pela carroça, continuar a pôr na agenda um desenvolvimento sustentável (...) com a ambição de fazer um desenvolvimento económico de século XXI, diferente do que foi feito no século XIX ...".
Bela a troca de farpas - perdão, de galhardetes - entre os dois Ministros mas que deixou no ar duas questões:
- Será que Assunção Cristas acredita, como disse: "Reindustrializarmos, seguramente ... mas não é baixando a nossa ambição mas sim trazendo os outros para esta ambição ..."? A sério? Será que a China e a Índia, por exemplo, estarão disponíveis para - mesmo com prejuízo dos seus interesses industriais - aderirem às preocupações ambientalistas do Ocidente?
- Não deveria o Governo ter um porta-voz, sei lá, um Primeiro-Ministro que fosse, que comunicasse qual é, de facto, a posição oficial sobre esta matéria?
Enfim, enquanto espero pelas respostas, apraz-me registar o "regresso" de Álvaro Santos Pereira. Vemo-lo entusiasmado como já não estava há muito, pese embora Passos Coelho esteja a dificultar-lhe a vida ao contrariar a ideia do Ministro de reduzir o IRC de 25% para 10% para os novos investimentos, a fim de relançar a economia. Aliás, parece-me, que a relação entre os dois já teve melhores dias. Justamente numa altura em que, finalmente, o Ministro da Economia começou a conhecer o país real.
Força Álvaro!
1 comentário:
O teu mINISTRO, ao que parece, mantém-se alinhado com as ideias dos Canadianos sobre Quioto e seguintes cimeiras, deve ter sido escola que por lá frequentou. - Essa coisa do ambiente só empata!
Mas deixa, que ainda pode apanhar o ESTAPA e ir, sem pagar a Angola, vender mais uns bocados do Reino, a algum industrial que nos possa ensinar a produzir Pasteis-de-Tentugal já dentro de caixas de exportação .
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