Longe vão os tempos em que o Festival da Eurovisão parava, literalmente, o país. Eram épocas em que não havia muito mais coisas que nos distraíssem e, para além do mais, havia um sonho (que nunca se concretizou) que pudéssemos vir a conquistar um primeiro lugar. Esperávamos ter alguma "importância" num contexto europeu, já que da epopeia dos descobrimentos poucos se lembravam e ninguém queria saber de um país que se auto-proclamava "orgulhosamente só".
O Festival da Canção português e o Festival da Eurovisão eram, pois, atracções únicas que ninguém perdia, mesmo que, neste último, a nível de classificações, o melhor que conseguimos alcançar foi um sexto lugar, por Lúcia Moniz, em 1996.
Mas este ano, Portugal não estará presente em Malmo, na Suécia, devido a razões financeiras (aqui parece que anda o dedinho de Vítor Gaspar).
A verdade é que o certame, embora seja sempre uma montra em que os países tentam exibir o que de melhor têm em termos musicais, já não consegue suscitar o interesse e o entusiasmo de outrora. E, realmente, estando o país com grandes dificuldades financeiras, parece-me sensato desinvestir num festival que pouco nos dará. Existem muitos outros projectos ligados à cultura que anseiam desesperadamente por apoios oficiais para se concretizarem. A não ser que o "corte" seja apenas uma mera medida de diminuição de custos.
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