Está um dia triste de Inverno. Chove e faz um vento dos diabos. Pequenas enxurradas arrastam as folhas caídas das árvores. Desagradável é o mínimo que posso dizer do estado do tempo. Daqueles dias em que uma braseira e um copo de whisky nos fazem falta para dar algum calor e companhia.
Pelos vidros das janelas cobertos de grossas gotas de água, mal consigo ver o outro lado da rua. Ainda assim, o meu olhar fixa-se com insistência num Pai Natal pendurado na varanda em frente da minha casa. O desgraçado agarra-se desesperadamente à corda que o amarra aos ferros e tenta não sucumbir ao vendaval que tudo parece arrastar. Só a borla branca do barrete vermelho ondula sem descanso.
Triste sorte a destes pais natais dos tempos modernos em que se vêm assim expostos e agarrados a janelas ou varandas ou a subir (sem nunca subirem) por escadas de corda que os vão levar a sítio algum. Longe vai o tempo em que desciam pelas chaminés para deixarem os presentinhos que, tantos, tinham desejado.
Desgraçado tempo, pobres pais natais!
Sem comentários:
Enviar um comentário