Depois de uns tempos "desaparecido em combate", por motivos que bem conhecemos, o Ministro Miguel Relvas voltou à ribalta e não pára de prestar declarações à comunicação social, embora, na verdade, nada diga e remeta as respostas para outras entidades ou se enrede em enigmáticas desculpas de adolescente espertalhão. O caso do afastamento de Nuno Santos da RTP foi paradigmático. Nota-se que em toda aquela embrulhada houve mãozinha de Relvas e muita gente está convencida que o que ali se passou foi, de facto, um saneamento político. Vamos aguardar os próximos capítulos.
Mas Relvas, irrequieto e sedento de ribalta, veio esta semana manifestar publicamente o seu apoio a Fernando Seara à candidatura da Câmara de Lisboa. Apoio dado à revelia dos órgãos do partido que não oficializaram qualquer decisão, que deixou estupefacta a distrital do PSD que disse que o Ministro se meteu onde não devia e que não se sabe se foi ajudar o próprio Seara, que ainda não anunciou tal propósito. Uma forma de, segundo o actual Presidente António Costa, Miguel Relvas querer controlar Lisboa por interposta pessoa.
Tenho boa impressão de Fernando Seara (para além de ser benfiquista), mas este apoio vindo de uma pessoa com a credibilidade de Relvas não parece favorecer o actual autarca de Sintra. Pode ser mesmo, como afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, um "beijo da morte" e, como tal, voltar-se contra o próprio Seara, caso venha a concorrer à capital.
Pena é que entre entusiasmos e silêncios ninguém se indigne sobre o montante que as próximas eleições autárquicas vai custar ao bolso dos contribuintes . Já depois dos cortes efectuados ainda vão ser gastos 48,5 milhões de euros. Mas, como dizia alguém, não há democracia sem custos!
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