Não fora amanhã a comemoração do dia de S. Valentim e, se calhar, nem sequer me lembraria de falar no assunto. Mas a verdade é que, mesmo tendo em conta a comercialização despudorada que tomou conta da data, mesmo assim, sinto-me obrigado, neste dia dos namorados, a falar deles e do amor. E, ao falar de amor e de namorados, terei naturalmente que falar de beijos. Sim porque uma coisa não existe sem a outra, como sabemos.
E é tão bom falar de beijos, se bem que difícil, também. Pelo menos para mim, que sou um tanto ou quanto tímido.
Podemos dizer que há beijos fingidos e frios, há beijos ardentes, há beijos que são dados por obrigação e há os beijos super desejados.
Existem os provocantes, os sonoros, os secos e os molhados. Enfim, existem muitos tipos de beijos e milhares de formas de beijar.
Para muitos, um beijo pode ser uma vírgula mas, para alguns, apenas um ponto de interrogação. Para outros, ainda, uma exclamação.
E há beijos que se colocam nas duas faces, mas outros há, os mais snobes, apenas numa delas e, outros ainda, nos lábios. Temos, claro está, os beijos fraternos, os beijos de cortesia, os beijos de amizade e, naturalmente, os beijos apaixonados.
Aliás, no que diz respeito a beijos trocados entre apaixonados, quase se poderia escrever um manual. Isto porque, para além do mais, os beijos são a primeira estratégia da sedução.
Mas aqui para nós, que ninguém nos ouve, digam lá, há coisa melhor que um beijo? É que, para além de saber tão bem, o beijo faz muito bem à saúde. Um só beijo movimenta 29 músculos, sendo que 17 desses músculos são os da língua. Para além disso, queimamos calorias e libertamos uma hormona chamada serotonina que eleva o humor e produz uma sensação de bem-estar e felicidade. Vocês alguma vez pensaram que aquele bem-estar gostoso provocado pelo beijo era provocado pela serotonina? O raio da hormona desavergonhada…
Uma das mais belas definições de beijo que ouvi até hoje, foi dita, de uma forma extremamente romântica, pelo biólogo e escritor francês Jean Rostand
“Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido”
Mas a verdadeira história do beijo, poucos a conhecerão e, generoso como sou, vou-vos dar o gosto de a divulgar. Segundo o grande historiador grego Plutarco, que viveu nos anos 45 a 125 da nossa era, os seres humanos começaram a beijar-se quando uma lei romana proibiu as mulheres de beberem vinho. Para se certificarem que as suas mulheres cumpriam de facto a lei, os maridos começaram a “testar” o hálito das esposas. Depois disso, surgiu uma nova lei, que tornou o beijo obrigatório entre os esposos, para que, desta maneira, fosse reforçada a fiscalização daquela lei.
Aliás, deve ser porque a lei se mantém ainda em vigor, passados estes anos todos, que as pessoas, e não só os esposos, se continuam a beijar. Estou em crer que deve ser apenas por isso!
Um beijo grande!
4 comentários:
Não, hoje até compreendo que ninguém queira comentar o texto. Nem tu, oh tão interventivo “porcos no espaço”. Há coisas para comemorar, não é? Mas por amor de Deus, hoje é o dia oficial dos namorados, mas nos outros dias todos do ano, se não namorarem são palermas, desculpem lá…
Não tens de pedir desculpa, não me revejo nessa observação. Durante o resto do ano faço por não apalermar.
Quanto à minha ausência, não comento mesmo. Essencialmente por dois motivos:
a) Não festejo datas comerciais.
b) O trabalho chama (bem alto, grita) por mim, de tal maneira que nem tenho tido tempo para coçar o lóbulo da orelha esquerda, que já me dá comichão há três dias consecutivos.
Eu só te quis picar. Eu também não vou lá muito à bola com as tais datas comerciais, pelo menos com muitas delas, e fiquei satisfeito por saber que és cá dos meus, porque durante o ano tentamos não apalermar. Um bom exemplo que outros deviam seguir.
De qualquer forma achei que tiveste coragem em não quereres comentar a tua ausência, essencialmente pelos dois motivos que comentaste …
Pequena correcção ao autor: a serotonina é um neurotransmissor e não uma hormona.
1 abraço
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