A notícia rebentou. Um vasto esquema de corrupção montado por um sucateiro "apanhou", com a sua rede tentacular, altos, médios e pequenos quadros de empresas públicas, funcionários de Câmaras Municipais, agentes de forças policiais e antigos titulares de cargos políticos entre outros. Um puzzle complexo em que dezenas de pessoas foram corrompidas e se trocaram favores por dinheiro e prendas caras.
A investigação da Judiciária, designada por “Face Oculta”, ainda não está concluída. Contudo, alguns dos nomes envolvidos já foram anunciados. Por exemplo, o de Armando Vara, ex-ministro socialista, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e Vice-Presidente do BCP, o maior Banco privado português. O mesmo que foi apanhado numa escuta a pedir dez mil euros ao tal sucateiro para que, através da sua influência, se escancarassem as portas para os negócios com a EDP, Petrogal, Refer, Galp Energia e outras empresas públicas e privadas.
Enfim, a marosca está a ser deslindada. Enquanto isso, gostaria de transcrever as palavras de Joe Berardo, um dos principais accionistas do BCP:
“não tenho informação suficiente para comentar. No entanto, acho invulgar o que está a acontecer. Não dá para acreditar que pessoas tão bem remuneradas se sujeitem a isto por causa de 10 000 euros. Quando se fala de milhões ainda pode haver a tentação. Mas o montante é ridículo …”
Por outras palavras, “todo o homem tem o seu preço".
Vergonhoso, digo eu. Quando se tenta passar a ideia de que o crime compensa … a partir de uma dada importância, quando a cultura da aldrabice parece estar instalada na sociedade, o desespero parece desabar sobre nós e só podemos manifestar a nossa indignação dizendo
“Que sucata de país este”!
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