sexta-feira, janeiro 22, 2010

Distracções


Há dias num restaurante reparei que um senhor sentado perto de mim limpava cuidadosamente o prato, os talheres e o copo com um guardanapo, provavelmente para assegurar que todos os utensílios iriam ficar irrepreensivelmente imaculados antes de começar a almoçar. Só que, pouco depois, vi que limpava a boca ao mesmíssimo guardanapo que tinha utilizado para a loiça. Distracção do senhor, pensei.


Numerosas pessoas ao espirrar colocam a mão em frente do nariz e da boca para proteger quem lhes está próximo. Porém, imediatamente a seguir, essas pessoas tão cuidadosas são capazes de cumprimentar alguém com a mesmíssima mão conspurcada que tinha acabado de receber a saraivada de bactérias provenientes do espirro. Por distracção, digo eu.


Mas para quem pense que as distracções são apanágio das pessoas simples e sem história, recordo uma outra história que se conta de Albert Einstein, o célebre físico alemão (Prémio Nobel da Física em 1921) que ficou conhecido por ter inventado e desenvolvido a teoria da relatividade.


Pois Einstein era, como quase todos os génios, muito distraído. Conta-se que num certo jantar, tinha como sobremesa umas belas cerejas e, para lavá-las, pediu uma taça com água. Einstein lavou demoradamente as cerejas, comeu-as e, uns minutos depois, bebeu toda a água da taça.

Para que vejam. Até os génios não são imunes a estas abstracções.

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