Já repararam no modo como muitas empresas “enchem a boca” ao atirar aos quatro ventos que têm políticas de responsabilidade social? E a verdade é que, muitas delas, têm mesmo (úteis mas ainda incipientes) embora sirvam, sobretudo, outros propósitos, nomeadamente, a visibilidade das próprias marcas. Mas agora não tenho tempo para aprofundar o assunto. Ficará para um outro dia.
O que me interessa hoje abordar é aquilo a que eu chamo a socialização dos centros comerciais. Como sabem, quase todos eles, sobretudo os maiores, têm pequenas ilhotas com bancos e sofás onde se pode descansar um pouco dos afazeres que nos levam lá. Nesses lugares costumam sentar-se pessoas com alguma idade, muitos deles reformados, gente que procura enganar a solidão vendo e sentindo outra gente que passa. Ali estão, a ler os jornais gratuitos que manhã bem cedo estão à disposição, a consultar as brochuras publicitárias dos supermercados e das lojas instaladas no centro e a fazer sonecas tranquilas ou a olhar sem pressa o que gira à sua volta.
E é a essa acção de pôr os tais bancos e sofás em grandes centros comerciais - que proporcionam a “companhia” a tanta gente que está só - que eu considero que bem pode englobar-se na denominada responsabilidade social dessas empresas. Certamente que os Belmiros, os Jerónimos e alguns mais não terão pensado nisso quando ergueram essas grandes catedrais do consumo mas, inconscientemente, fizeram-no. E, provavelmente - digo eu - não tardarão a fazer reflectir essa “responsabilidade” nos respectivos Balanços Sociais.
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