segunda-feira, setembro 06, 2010

Uma inevitabilidade?


Por ter estado de férias, ainda não tive a oportunidade de comentar a brilhante conclusão do relatório feito por dois procuradores do Ministério Público àquela história tão badalada do “Freeport”. Mas, uma vez que estamos em plena época de “rentrées”, acho que ainda vou a tempo de recordar o assunto dado que não se desvaneceu completamente a grande desilusão de muito boa gente. Afinal, depois de tantos processos de intenção, não conseguiram provar o que quer que fosse contra o primeiro-ministro. Após seis longos anos de investigação, o MP limitou-se a concluir que não havia matéria para acusar o primeiro-ministro. Os procuradores apenas referiram que gostariam de ter ouvido José Sócrates mas não tiveram tempo. Meus Senhores, não tiveram tempo em seis anos?


Acabada (?) que está a questão, duas dúvidas porém permanecem. Será que não houve mesmo o dedinho de Sócrates naquela salganhada toda? E será que, nas últimas eleições, José Sócrates não terá perdido a sua segunda maioria absoluta, justamente porque ele era suspeito de corrupção?


Por estas e por outras é que não posso aceitar como normal a lentidão da nossa justiça. Ao contrário do que parece passar-se com o Presidente da República que afirmou “termos que aceitar o ritmo da Justiça”, como se estivéssemos perante uma inevitabilidade. E não me parece que tenha que ser assim. Não será certamente.


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