Consta que pelas 20 horas da passada sexta-feira se ouviram, na Quinta da Marinha, os sons característicos da abertura de centenas de garrafas de champanhe. Calculo que resultantes da euforia provocada em certas elites pelas novas medidas de austeridade anunciadas pelo Primeiro-Ministro. Medidas que voltam a castigar os mesmos de sempre: os trabalhadores por conta de outrem, os reformados e os pensionistas. Mas que - isto é uma novidade - irão aliviar os impostos (a TSU) aos empresários (e aqui gostaria de separar aqueles que terão um pequeno balão de oxigénio para continuarem a manter as suas empresas, dos grandes grupos que poderão encaixar mais uns milhões). Portanto, mais uma machadada nas condições de vida da generalidade dos portugueses.
E bem pode o Governo jurar que não lançou mais um imposto. Pouco me interessa a semântica usada (para nos tentar enganar ou para agradar ao CDS que - dizem eles -não queriam mais impostos). O que sei é que se trata de mais um agravamento tributário sério e que isso vai afectar a maioria dos portugueses.
Pode a Associação Sindical dos Juízes afirmar que se trata de uma afronta (de um desrespeito) ao Tribunal Constitucional por penalizarem mais uma vez os rendimentos do trabalho (ao arrepio do que dizia o acórdão do TC sobre "uma tal equidade" de sacrifícios), pode o Governo vir a ser penalizado civil e criminalmente por essas medidas, pode ...
Porém, o que nos atormenta é a deterioração das nossas condições de vida, a refinada e continuada mentira política deste Executivo, a sensação de injustiça profunda sentida pelos cidadãos e a resposta à pergunta insistentemente formulada: até quando vamos aguentar?
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