Só o facto de perceber pouco da política e dos políticos (ou do que é que lhes vai nas cabeças) é que pode, eventualmente, salvar-me de uma execução em praça pública por aquilo que vou escrever.
Mas a verdade é que não consigo perceber o que é que leva um cidadão filiado há séculos num partido político, que se encontra em rota de colisão com as orientações emanadas dos seus órgãos directivos a ponto de, na Assembleia da República onde é deputado, votar sistematicamente às avessas das mesmas orientações, o que é que leva, repito, a que esse senhor continue no partido e não procure um novo rumo mais consentâneo com os seus ideais?
Pensava eu, lá está novamente a minha ignorância política a vir ao de cima, que nos partidos havia debate interno, havia o direito ao contraditório, discutiam-se as estratégias e, findo esse trabalho, a decisão dessas disputas seria a palavra final e única desse partido.
Perguntarão, e o direito à liberdade de expressão onde é que fica? Será que os membros dos partidos não podem manifestar o seu desacordo público perante as decisões oficiais desses mesmos partidos? Em certos casos sim, por isso os partidos costumam - nesses casos - dar liberdade de voto aos seus deputados. Falemos claro, o direito de ter e de difundir opiniões completamente livres está reservado apenas a todos aqueles que não são filiados e que não têm que se sujeitar a uma coisa que se chama disciplina de voto. Os que militam em partidos políticos devem exercer essa faculdade, sim, mas dentro dos partidos, com toda a determinação e aceitando democraticamente a decisão da maioria.
Aliás, e saliento uma vez mais o meu fraco conhecimento da política, então, se não for deste jeito, porque é que os partidos pedem ao povo que nas eleições lhes dêem a maioria se, depois, dentro do Parlamento os seus próprios deputados votam em sintonia com as oposições? Acham que a ser assim as maiorias servem para alguma coisa?
Por muito respeito que tenha pelo Manuel Alegre (é dele que estou a falar, é claro) – e tenho muita, acreditem – penso que não é desta forma que pode ajudar o partido a que pertence, as populações que o elegeram nem, tão-pouco, o país.
Gostaria mais de ver Alegre ao lado de Helena Roseta, onde seria, porventura, mais útil em associações ou movimentos cívicos de cidadãos, lutando tenazmente pelas ideias em que acredita, com a dimensão de um homem livre que todos lhe reconhecem.
Mas isso sou eu a pensar. Afinal, pouco percebo da política e dos políticos.
Mas a verdade é que não consigo perceber o que é que leva um cidadão filiado há séculos num partido político, que se encontra em rota de colisão com as orientações emanadas dos seus órgãos directivos a ponto de, na Assembleia da República onde é deputado, votar sistematicamente às avessas das mesmas orientações, o que é que leva, repito, a que esse senhor continue no partido e não procure um novo rumo mais consentâneo com os seus ideais?
Pensava eu, lá está novamente a minha ignorância política a vir ao de cima, que nos partidos havia debate interno, havia o direito ao contraditório, discutiam-se as estratégias e, findo esse trabalho, a decisão dessas disputas seria a palavra final e única desse partido.
Perguntarão, e o direito à liberdade de expressão onde é que fica? Será que os membros dos partidos não podem manifestar o seu desacordo público perante as decisões oficiais desses mesmos partidos? Em certos casos sim, por isso os partidos costumam - nesses casos - dar liberdade de voto aos seus deputados. Falemos claro, o direito de ter e de difundir opiniões completamente livres está reservado apenas a todos aqueles que não são filiados e que não têm que se sujeitar a uma coisa que se chama disciplina de voto. Os que militam em partidos políticos devem exercer essa faculdade, sim, mas dentro dos partidos, com toda a determinação e aceitando democraticamente a decisão da maioria.
Aliás, e saliento uma vez mais o meu fraco conhecimento da política, então, se não for deste jeito, porque é que os partidos pedem ao povo que nas eleições lhes dêem a maioria se, depois, dentro do Parlamento os seus próprios deputados votam em sintonia com as oposições? Acham que a ser assim as maiorias servem para alguma coisa?
Por muito respeito que tenha pelo Manuel Alegre (é dele que estou a falar, é claro) – e tenho muita, acreditem – penso que não é desta forma que pode ajudar o partido a que pertence, as populações que o elegeram nem, tão-pouco, o país.
Gostaria mais de ver Alegre ao lado de Helena Roseta, onde seria, porventura, mais útil em associações ou movimentos cívicos de cidadãos, lutando tenazmente pelas ideias em que acredita, com a dimensão de um homem livre que todos lhe reconhecem.
Mas isso sou eu a pensar. Afinal, pouco percebo da política e dos políticos.
1 comentário:
Comungo da tua reflexão. Este sai-não-sai de Alegre é tão gritante que ele que até aceitou pertencer à Comissão de Honra do último Congresso do PS não se dignou sequer a pôr lá os pés. É absurdo, não é?
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