Passou relativamente despercebida a notícia de que a Grécia acabou por comprar um submarino alemão que não queria e vai, ainda, ter que adquirir à Alemanha mais dois submarinos. Um custo adicional e imprevisto (e provavelmente desnecessário) para os gregos, de milhares de milhões de euros. Apesar da situação crítica do défice orçamental e da dívida pública do país, esta foi a fórmula que o primeiro-ministro George Papandreou teve que aceitar para conseguir o apoio de Berlim na ajuda que os gregos tanto necessitam para sair da situação difícil em que se encontram.
O “caso dos submarinos” em Portugal “emergiu” de novo e em boa hora para o Governo e para o Partido Socialista. Perante os novos dados que vieram da Alemanha e das suspeitas de corrupção em que estarão envolvidas pessoas ligadas aos partidos (PSD/CDS) do Governo de então, Sócrates deve ter suspirado de alívio ao receber de mão beijada o contrapeso para as preocupações em que anda enleado com o caso Freeport. Certamente que ninguém no PSD/CDS estará agora interessado em dar uma estocada final no desgastado primeiro-ministro quando, eles próprios, sentem em cima de si a sombra de uma adaga ameaçadora.
Afinal, os escândalos mais recentes ou com novos desenvolvimentos, acabam por “fazer esquecer” os que estavam até agora na ordem do dia. Tudo continua por esclarecer em ambos os casos mas as nuvens sucedem-se e encobrem as anteriores.
Ao fim e ao cabo, como na vida, é tudo uma questão de equilíbrios.
2 comentários:
E são sempre os mesmos dois "equilibrados"... Curioso não?
E não é também curioso que nas duas histórias haja dois protagonistas comuns: a Alemanha e os submarinos?
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