Por descargo de consciência ainda perguntei o que é que eu tinha feito para ganhar essas férias, assim de mão beijada. Deram-me duas hipóteses, ou tinha preenchido qualquer inquérito num centro comercial ou na net ou, simplesmente, fora escolhido aleatoriamente pelo computador da empresa que promovia a acção. Que sorte! Provavelmente eu não tinha feito mesmo nada para merecer tamanha distinção mas, como sou um tipo de sorte, fui o escolhido, com mais outros quatro felizardos, para passar quinze diazitos no Algarve.
Havia, porém, uma condição. Teria que me deslocar a uma determinada direcção ali para os lados do Restelo, às 21 horas desse dia, a fim de levantar o voucher que me daria direito ao prémio. Mas tinha que ser nesse próprio dia, senão perderia a oportunidade. Informei o meu “entusiasmado” interlocutor que não me era possível comparecer, ao que ele respondeu incrédulo e entristecido “mas olhe que são quinze dias no Algarve para quatro pessoas …”.
Declinei o prémio, agradeci a atenção e desliguei. Imagino que o sujeito tenha ficado ainda mais desolado, quem sabe se com os olhos marejados de lágrimas. Só não sei se por eu ter desperdiçado tão generosa oferta, se por ele não ter podido dizer-me que associado ao prémio havia um produto que a organização pretendia impingir.
Pode ser que o meu suplente na lista tenha querido aproveitar a oferta. Só que a esta hora talvez esteja a pensar por que razão foi assinar um contrato de compra de uma coisa que nunca quis e que farão destas férias algarvias, umas férias demasiado caras.
1 comentário:
Mas eu tive umas férias no Algarve ainda com mais gente (demais até...) e não concorri, nem fui lá às 21!
Nunca saberás o que perdeste !
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