A notícia foi publicada num jornal da nossa praça. Miguel Relvas revelou que “os ministros vão deixar de ter direito a cartão de crédito para despesas de representação e a impossibilidade de andarem com o carro do Estado aos fins-de-semana e em deslocações que não sejam oficiais”. Medidas essas que o Governo pretende que constituam um exemplo. Porém, quanto às despesas, é melhor explicar que o facto dos senhores Ministros (e Secretários de Estado) não terem direito a cartão de crédito não significa que suportem do seu bolso as despesas que fazem em nome do Ministério. Não, claro que não, eles fazem as despesas na mesma e, mais tarde, serão naturalmente ressarcidos. Para além do “valor simbólico”, a medida pouco acrescentará. Com ou sem cartões de crédito o que é necessário é que haja um rigoroso controlo das despesas efectuadas. Mais nada.
Mas, se por um lado, o Governo se mostrou tão preocupado em anunciar esta medida de transparência destinada a dizer aos contribuintes “olhem para nós e vejam que também sofremos com os cortes”, por outro, como entender que o Gabinete do mesmo Ministro Miguel Relvas tenha gasto 12 mil euros na edição de um livro – Compromisso para uma Nação Forte – com uma tiragem de 100 exemplares e no qual está incluído o programa de governo (que nós poderíamos ir consultar a outras fontes) e um balanço dos primeiros 100 dias do executivo? Tal como fizeram todos os outros governos anteriores quando havia dinheiro a rodos.
Afinal, em que ficamos? “Poupa-se” de um lado e gasta-se estupidamente do outro? Onde é que está a tal poupança, o tal corte das gorduras do Estado que tanto se apregoa?
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