No último Conselho de Ministros foi aprovada uma resolução que obriga as Empresas do Sector Empresarial do Estado a terem mulheres nos Conselhos de Administração e Fiscalização. É certo que não fixaram a percentagem entre homens e mulheres (o Primeiro-Ministro parece que é contra as quotas) mas a vontade do Executivo é clara: tem que haver igualdade de sexos nos órgãos dirigentes.
Mas o Governo vai mais longe, quer que as empresas privadas onde o Estado é acionista e, também, as empresas do sector privado adoptem medidas similares.
Desculpem-me a franqueza mas parece-me um perfeito disparate colocar a questão deste modo. Relativamente ao Estado e ao seu sector empresarial, tudo bem (embora muito discutível). É uma decisão política mas é o Estado (através do Governo) a mandar no próprio Estado.
Agora nas outras empresas, quer onde o Estado tem acções mas não é maioritário, quer nas privadas, o Governo esquece que existem patrões e accionistas? É que quem manda nessas empresas, quem determina as suas linhas estratégicas e quem escolhe as suas equipas dirigentes são justamente os patrões ou os accionistas. E a intromissão do Estado não faz qualquer sentido.
E depois há a velha questão. Porquê mais mulheres nas Administrações? Só por razões de igualdade? A escolha dos respectivos elementos não deveria ter em conta apenas a competência, independentemente do sexo dos Administradores? No limite, a Administração poderia ser constituída só por mulheres ou só por homens, desde que o critério fosse justamente o da competência.
Os iluminados governantes deveriam saber que, por enquanto, a competência não se determina pelo sexo nem por decreto.
terça-feira, fevereiro 28, 2012
Mais mulheres na gestão das empresas
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