Foi nomeado no último fim-de-semana o 3º. Cardeal português, D. Manuel Monteiro de Castro. É a primeira vez que Portugal tem 3 Cardeais e isso encheu de orgulho a comunidade católica portuguesa. O que não “caíram” tão bem foram as palavras do seu primeiro discurso público, nomeadamente quando afirmou: “a mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos”.
Eu sei que o novo Cardeal tem 73 anos e é de uma geração em que o papel das mulheres era outro bem diferente do que têm hoje na sociedade. Mas isso não desculpa, de forma alguma, essa aberrante visão funcional das mulheres que, ao que li, nem corresponde, à posição oficial da Igreja Católica.
É inadmissível que, no século XXI, ainda se apele às mulheres para que abdiquem do seu direito legítimo de optar sobre o que querem fazer da sua vida. Poder escolher, em igualdade com os homens, se querem, ou não, ter uma profissão, uma carreira, uma vida paralela à sua função de mãe. É que educar é uma tarefa da mãe e também do pai e não apenas de um só.
Quero acreditar que D. Manuel não mediu bem as suas palavras, ou que, porventura, as suas palavras não traduziram adequadamente o seu pensamento.
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