quarta-feira, maio 29, 2013

Mais um a rejeitar o novo acordo ortográfico




A coisa está a compor-se. É cada vez maior o número de pessoas que rejeitam as regras da "embrulhada" que ficou conhecida pelo "novo acordo ortográfico".

Ainda no ano passado, o Presidente do Centro Cultural de Belém, Vasco Graça Moura, considerou inconstitucional a resolução aprovada em Janeiro de 2011 pelo Conselho de Ministros, ordenando que o Acordo Ortográfico fosse adoptado por todos os serviços do Estado e entidades tuteladas pelo Governo. Disse na altura "o Acordo Ortográfico não está nem pode estar em vigor". Daí que ficou decidido que o CCB não ficaria obrigado ao cumprimento da nova ortografia.

Agora foi a vez do Juiz Rui Teixeira, aquele que conduziu a instrução do Processo Casa Pia, colocado no Tribunal de Torres Vedras, que não quer receber pareceres técnicos sociais escritos ao abrigo do novo acordo. O magistrado enviou, em Abril, uma nota à Direcção Geral de Reinserção Social onde se podia ler:

"fica advertida que deverá apresentar as peças em Língua Portuguesa e sem erros ortográficos decorrentes da aplicação da Resolução do Conselho de Ministros 8/2011 (...) a qual apenas vincula o Governo e não os tribunais".

Perante um pedido de esclarecimento da DGRS, Rui Teixeira respondeu:

"'a Língua Portuguesa não é resultante de um tal «acordo ortográfico» que o Governo quis impor aos seus serviços ... nos tribunais, pelo menos neste, os factos não são fatos, as actas não são uma forma do verbo atar, os cágados continuam a ser animais e não algo malcheiroso ... a Língua Portuguesa permanece inalterada até ordem em contrário"
Ah, valente! É que eu também achava que um cágado sem assento não era exactamente o animal que nós conhecíamos. Agora, um juiz pôr isso por escrito é obra. Tiro-lhe o meu chapéu!

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