Devo confessar que simpatizo com o Ministro Álvaro Santos Pereira. Parece ser boa pessoa, embora um tanto ingénuo. Veio de um outro país que está a anos-luz da realidade portuguesa e quer - pelo menos dá a sensação disso - fazer coisas, quer mostrar obra. Só que, os problemas estruturais e os diversos lobys têm dificultado muito o seu trabalho. Ainda assim e apesar da economia (é bom recordar que ele é o Ministro da Economia) estar num caos, lá se tem aguentado sempre naquela posição de "remodável" mas cuja remodelação ainda não se concretizou. E já lá vão dois anos.
Pois o Álvaro lá vai andando, sempre de sorriso em riste, tentando "inventar" coisas que o Passos Coelho e o Gaspar teimam em não aprovar. Mas ele não desiste.
Assim, anunciou no Parlamento que vai haver cortes nos carros e nos motoristas em todos os Ministérios e em empresas, institutos e organismos tutelados por si. Só em 18 das empresas estão alocadas 72 viaturas para outros tantos administradores. Em média, cada um destes automóveis custou 42 mil euros aos cofres públicos e gastam, também em média cada um deles, 3700 euros anuais em combustível.
Há quem diga que a poupança conseguida com estas medidas nestas 18 empresas - menos de 3 milhões de euros - são coisa de pequena monta e que representa apenas, por exemplo, 0,1% do buraco criado pelos "swaps" nessas mesmas empresas tuteladas pelo Ministro. Mesmo assim (e dos swaps poderemos falar noutra ocasião) considero que esta iniciativa de Álvaro Santos Pereira é corajosa e que, de alguma forma, visa moralizar a gestão da coisa pública.
Pode-se até considerar que os cortes nos carros do Estado são só "p'ra inglês ver", mas os chamados consumos intermédios têm que ser reduzidos da forma mais drástica possível para que os contribuintes não sejam chamados - uma vez mais e sempre - a suportar novos impostos. Como afirmou o Ministro trata-se de uma questão de respeito pelo dinheiro dos contribuintes. E, digo eu, por respeito aos próprios contribuintes.
1 comentário:
E eu acrescento: - Ó Álvaro reduz o orçamento dos pedidos de estudos aos amigos do partido, e pede-os antes aos competentes técnicos do ministério. - Arrisca ouvir e ler o que não vais gostar!
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