A técnica é conhecida e utilizada há muito. Quando os Governos querem implementar qualquer coisa - sobretudo difícil - divulgam essas medidas através de vários meios para que possam avaliar como a população vai reagir. Se mal, recua-se um pouco e a medida (má) que vier, será saudada como "do mal o menos". Se com resignação ou indiferença, "paciência, podia ser pior". Ou seja, vão atirando o barro à parede a ver se pega.
O actual Executivo não só não fugiu à regra como a ampliou e recriou. Vai anunciando e desdizendo sucessivamente as medidas previstas através de Ministros e Secretários de Estado, a ponto de já não sabermos exactamente o que nos vai acontecer. Passos Coelho tira medidas da cartola, Paulo Portas jura que não está de acordo com algumas delas e Hélder Rosalino (o Secretário de Estado da Administração Pública) atira mais achas para uma fogueira que já ninguém controla. Tudo numa encenação maquiavélica de um plano para confundir e manipular a opinião pública. A confusão é geral. E de probabilidade em probabilidade vamos discutindo os casos, vamos tentando ler nas entrelinhas e descobrir inconstitucionalidades e incompetências e vamos ficando, cada vez mais, com medos e incertezas.
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