Já aqui me referi, em tempos, à velha expressão “De Espanha nem bons ventos nem bons casamentos”.
São, evidentemente, ditos antigos que valem o que valem mas que, se estivermos atentos, não serão tão disparatados como pode parecer à primeira vista.
É certo que os dois países ibéricos são "irmãos" (até costumamos chamar-lhes “nuestros hermanos”), com excelentes relações sociais, políticas e económicas, mas, de tempos a tempos, sente-se que o irmão maior tem a tentação de “roubar” algumas coisas ao irmão mais pequeno. E, garanto, que este pensamento não é fruto de um hipotético complexo de inferioridade.
Foi o que aconteceu no tempo da monarquia quando os Filipes espanhois assentaram arraiais cá deste lado. Foi o que aconteceu quando os nossos vizinhos começaram a comercializar um vinho do Porto “fabricado” do lá de lá da fronteira, quando aquela mistela não só não era produzida no Douro como nunca poderia ostentar o nome da nossa marca registada. Foi o que aconteceu recentemente quando um empreendimento de Ayamonte – o Costa Esuri Golf Club – publicou no último número da revista Algarve Golf Guide um anúncio, todo em inglês, que localiza a sua empresa no Algarve Espanhol.
São, evidentemente, ditos antigos que valem o que valem mas que, se estivermos atentos, não serão tão disparatados como pode parecer à primeira vista.
É certo que os dois países ibéricos são "irmãos" (até costumamos chamar-lhes “nuestros hermanos”), com excelentes relações sociais, políticas e económicas, mas, de tempos a tempos, sente-se que o irmão maior tem a tentação de “roubar” algumas coisas ao irmão mais pequeno. E, garanto, que este pensamento não é fruto de um hipotético complexo de inferioridade.
Foi o que aconteceu no tempo da monarquia quando os Filipes espanhois assentaram arraiais cá deste lado. Foi o que aconteceu quando os nossos vizinhos começaram a comercializar um vinho do Porto “fabricado” do lá de lá da fronteira, quando aquela mistela não só não era produzida no Douro como nunca poderia ostentar o nome da nossa marca registada. Foi o que aconteceu recentemente quando um empreendimento de Ayamonte – o Costa Esuri Golf Club – publicou no último número da revista Algarve Golf Guide um anúncio, todo em inglês, que localiza a sua empresa no Algarve Espanhol.
A ideia abstrusa de fazer crer que Ayamonte pertence a um inexistente Algarve espanhol, não passa de uma utilização absolutamente abusiva e fraudulenta de uma marca que é – ainda – genuinamente portuguesa. E convém recordar que já não é a primeira vez que o nome do nosso Algarve é utilizado para promover interesses imobiliários espanhois.
Mas o fim deste triste incidente não se deveria resumir a uma simples e hipócrita justificação de uma infeliz campanha publicitária. Em minha opinião, o caso legitima que, pelo menos, as nossas autoridades peçam explicações sobre o sucedido ao Estado espanhol.
1 comentário:
"o caso legitima que, pelo menos, as nossas autoridades peçam explicações sobre o sucedido ao Estado espanhol."
Claro que sim, no mínimo deve-se fazer isso. Mas, penso mesmo que esta situação de uma empresa espanhola chamar a Ayamonte o "Algarve espanhol" devia motivar uma invasão portuguesa a Espanha e a fazermos prisioneiros todos os seus habitantes.
Só espero é que depois os italianos não se chateiem por nós chamarmos a Aveiro a "Veneza portuguesa" ou algo do género.
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