terça-feira, junho 17, 2008

Esta Lisboa que eu amo




Lisboa continua a ser a minha cidade. Não só porque nasci cá mas porque continua a ser uma cidade belíssima, onde gostamos de estar, onde temos prazer em calcurrear as ruas e ruelas das colinas até à baixa, enquanto admiramos a traça típica dos bairros populares e a esplêndida calçada portuguesa.

Claro que há outras cidades no mundo igualmente belas, mas Lisboa tem um não sei quê que nos atrai, nos puxa e faz ter saudades continuamente, apesar de já ter sido mais limpa e mais cuidada.

Comparando com a Lisboa de há 40 anos atrás, constata-se que falta vida em Lisboa. O centro histórico está desertificado (já ninguém cá habita), o comércio tradicional está a morrer todos os dias, não há esplanadas nem espaços verdes suficientes para atrair os (poucos) residentes e quem nos visita. O ar é cada vez mais irrespirável, a poluição sonora é insuportável, os prédios mais antigos estão a ruir e muitos dos que ainda se vão aguentando estão sujos, como sujas estão as ruas. As mesmas ruas cujos pavimentos estão miseravelmente mal-tratados e de onde verdadeiras crateras vão nascendo um pouco por todo o lado.

Resta-nos em Junho os jacarandás em flor que nos fazem sonhar com a Lisboa de outras épocas e resta-nos ainda o sol, a luminosidade única e a beleza de uma cidade que, apesar de tudo, continua linda.

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