quarta-feira, abril 11, 2012

Quando os neurónios não funcionam



Há situações que parecem incontornáveis (e que se arrastam no tempo) mas cujas soluções são aparentemente óbvias. O que nos faz questionar se não seremos os únicos a pensar que a tal solução tão fácil está mesmo ali à mão de semear. E mais, se são tão fáceis de resolver por que é que não se resolvem?
Vem isto a propósito das SCUTS e dos automobilistas que entram no nosso país e que não possuem os identificadores electrónicos para fazer o pagamento automático. Ainda agora, na Páscoa, época em que os nossos vizinhos espanhóis costumam “invadir” as nossas cidades, ninguém se lembrou de criar as condições para que pudessem pagar as portagens de forma natural e simples. E vimos turistas que, nas fronteiras, tiveram que sair dos carros e estar numa fila para utilizar a única máquina existente para poder efectuar o pagamento.
E isto passou-se na Páscoa mas acontece todo o ano, apesar das queixas insistentes do comércio que vê diminuir sistematicamente o número de clientes que vêm sobretudo de Espanha e a quem não é proporcionado um modo fácil de pagar as portagens.
Não consigo perceber como com tantos técnicos, assessores e conselheiros no Governo e nos Ministérios, ainda ninguém conseguiu pensar em facilitar a vida a quem vem até nós usufruir de uns dias de férias (ou em negócios) e deixar por cá uns bons milhares de euros que tanto jeito dão à nossa economia. Como é que, apesar dos avisos insistentes das confederações do comércio e do turismo e das próprias autarquias, ninguém pensou numa solução?
Nós, portugueses, que até inventámos a “via verde”, ficamos com uma estranha sensação que andam por aí muitos neurónios que não funcionam.

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