Já aqui escrevi uma vez que, um dia, gostaria
de ser condecorado. Ainda não sei que razões poderiam estar na base dessa
distinção, mas isso é o de menos. Acho que uma condecoraçãozita (a de
comendador, por exemplo) me assentaria como uma luva.
Temo, porém, que esse dia não chegue. Tanto
mais que se soube agora que José Sócrates se arrisca a ser o único
primeiro-ministro (dos 19 governos institucionais em Democracia) a não receber
a máxima condecoração (a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo) atribuída por
destacados serviços prestados ao país.
Independentemente de se saber se ele prestou,
ou não, alguns serviços ao país, e se os mesmos foram bons ou maus, e destacados
ou não, parece-me injusto - agora que o homem já perdeu eleições e está exilado
(!!!) em Paris – dizer-se que foi ele o culpado de tudo o que nos está a cair
em cima da cabeça. Creiam que não é minha intenção promover aqui uma discussão
política mas, pelo menos, gostaria que considerassem duas possibilidades:
- que o Governo de Sócrates possa ter feito algumas coisas boas; e
- que as responsabilidades de todas as
eventuais malfeitorias possam ser imputadas a vários Governos e aos respectivos
Primeiros-Ministros. PM’s esses que, apesar de tudo, receberam (exceptuando
Sócrates) as suas Grã-Cruz, incluindo Santana Lopes que só esteve à frente do
Governo uns escassos meses.
A situação preocupa-me, naturalmente. É que
não sendo cumprida a tradição de décadas de condecorar (todos) os Chefes do
Governo, como vou, então, - eu, um ilustre anónimo e pagador de impostos a
horas – acalentar a esperança de um dia poder ser agraciado com uma condecoração?
1 comentário:
Sócrates deve ter sido mesmo muito mauzinho. É que se até Salazar foi considerado o melhor português de sempre...
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